Brazil Stocks Higher On Rising Global Commodities Prices
9 de maio de 2011Itamaraty mostra preocupação com proposta de modificação de preferências comerciais da União Europeia
11 de maio de 2011A União Europeia anuncia hoje proposta que acaba com
os privilégios comerciais ao Brasil a partir de 2014, com o argumento
de que o País já não é uma economia pobre e não haveria justificativa
para manter os benefícios. O plano marcará o fim de 40 anos de um
sistema que permitia ao Brasil exportar para o mercado europeu em
melhores condições. Mas acima de tudo escancara uma nova etapa da
inserção do País na economia mundial.
A Europa concede o
privilégio a mais de 150 países, no valor de quase € 50 bilhões em
produtos que entram no continente com tarifas aduaneiras menores. A meta
é ajudar os países pobres a incrementar sua participação no comércio
mundial. Agora, a UE acredita que esses benefícios devem ficar limitados
aos países mais pobres.
A meta é que, a partir de 2014, apenas
as 90 economias mais pobres do planeta sejam beneficiadas. Brasil, além
de China, Índia, África do Sul e outros emergentes passariam a ser
excluídos. A UE deve usar a classificação do Banco Mundial de países de
renda média como base para a exclusão.
Quem perderá mais será a
Índia, que tem 50% de suas exportações aos europeus beneficiadas pela
redução de tarifas aduaneiras desde 1971. No total, as vendas que não
tiveram taxas cobradas chegaram a € 13 bilhões. Bangladesh é o segundo
maior beneficiário.
O Brasil é o quinto maior beneficiário do
sistema, com exportações dentro do esquema avaliadas em € 3,4 bilhões.
Hoje, 12% das exportações brasileiras aos europeus se beneficiam das
isenções, entre elas produtos têxteis, químicos, máquinas, autopeças e
mesmo alguns produtos agrícolas.
Nos últimos meses, o Itamaraty
fez um lobby para tentar não perder os privilégios. Mas fontes dentro da
chancelaria acreditam que se trata de uma briga perdida. Na prática, a
UE promove o Brasil a uma nova condição e cria uma diferenciação entre a
economia nacional e os demais países em desenvolvimento.
Por
enquanto, a reunião da UE para tratar do assunto apenas apresentará a
proposta. O comissário de Comércio da Europa, Karel de Gucht, espera a
aprovação das medidas no final do ano. Mas dentro da própria UE há quem
resista em acabar com os privilégios, entre eles países que mantêm
relações estratégicas com a América Latina.
O governo da Itália é
outro que se queixou da saída de alguns países do acordo, o que
significaria maior custo aos importadores. Há ainda quem tema que a
Europa será vista como adotando medidas protecionistas.
Mas a
esperança de Gucht é de que o fim dos privilégios force países que
perderão os benefícios a pensar em fechar acordos de livre comércio com a
UE. Desta vez, porém, para ter acesso facilitado ao mercado europeu,
parceiros comerciais terão de abrir seus próprios mercados. Há mais de
dez anos o Mercosul negocia um acordo comercial com a UE, sem sucesso.
A
Europa será apenas a primeira a adotar o fim dos privilégios ao Brasil.
O governo japonês já indicou que também suspenderá benefícios e, nos
Estados Unidos, o Congresso já revê as preferência que concede às
exportações brasileiras.
Já o governo estima que americanos,
europeus e japoneses apenas estão usando a expansão da economia
brasileiro como mais uma desculpa para manter suas barreiras e frear as
exportações nacionais. Diante da nova realidade, a diplomacia brasileira
agora é obrigada a reverter o discurso e alertar que, na realidade,
ainda enfrenta desafios sociais e econômicos importantes.
O tom
ufanista foi trocado por um que tem como função explicitar a falta de
competitividade do setor industrial nacional. De tanto anunciar que
seria a quinta maior economia do mundo em poucos anos, países ricos
passaram a usar justamente esse argumento para alegar que não há mais
por que tratar o Brasil de forma diferenciada.
Exportação gaúcha cresce 7,9% em abril, aponta Fiergs
As
exportações do Rio Grande do Sul expandiram 7,9% em abril, na
comparação com o mesmo período do ano passado, somando US$ 1,5 bilhão, e
ficaram bem abaixo da média brasileira que cresceu 33,1%, segundo a
Fiergs. O resultado foi puxado pelos produtos básicos, já que o setor
industrial, responsável por 74,6% dos envios, registrou um avanço de
apenas 2,3%.
“O baixo crescimento do volume embarcado deve-se em
parte à diminuição na rentabilidade dos exportadores. Enquanto os
custos em reais estão aumentando, a taxa de câmbio segue muito
valorizada e devido à concorrência não há espaço para reajustes no
exterior. Dessa forma, muitos empresários voltam-se apenas para o
mercado interno”, diz o presidente da Fiergs, Paulo Tigre. No Estado,
entre 2007 e 2010, o número de empresas exportadoras caiu de 2,8 mil
para 2,5 mil, segundo a entidade.
Em abril, os setores
industriais que mais se destacaram positivamente foram borracha e
plástico (26,1%), máquinas e equipamentos (25%), veículos automotores,
reboques e carrocerias (22,1%) e alimentos (16,4%). Já as piores
performances se concentraram em materiais elétricos (-53,3%), derivados
de petróleo (-53%), fumo (-25,6%) e têxteis (-9,1%).
O Rio
Grande do Sul respondeu por 7,2% das vendas externas brasileiras e
ocupou a quinta posição entre os estados exportadores. São Paulo liderou
o ranking (23% de participação), seguido por Minas Gerais (15,5%), Rio
de Janeiro (10%) e Paraná (7,8%). Os quatro principais destinos dos
produtos gaúchos responderam por mais de 34% dos embarques e todos
reduziram seus pedidos em abril, ante o mesmo período de 2010. O
primeiro lugar foi ocupado pela China, que deixou de comprar 8,8%,
seguida pela Argentina (-0,7%), Estados Unidos (-27%) e Holanda (-5%).
Nas
importações, 96,1% das compras do Estado foram de produtos
industrializados, que registraram um incremento de 47%, chegando a US$
1,4 bilhão. Os pedidos de bens de consumo duráveis subiram 31,8%,
seguidos por bens de capital (30,4%) e bens intermediários (27,6%).
Quando
o primeiro quadrimestre é avaliado, em relação ao mesmo período do ano
passado, as vendas externas do Rio Grande do Sul apresentam uma
majoração de 29%, totalizando US$ 5,2 bilhões. O setor industrial
respondeu por 84% dos embarques e registrou um aumento de 20,3%. Entre
os destaques está o setor de alimentos, que vendeu US$ 1,4 bilhão, ou
seja, uma elevação de 37%.
Balança registra superávit de US$ 969 milhões na primeira semana de maio
A
balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 969 milhões
na primeira semana de maio, de acordo com dados divulgados ontem pelo
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Entre os dias 1 e 8 de maio, as exportações somaram US$ 5,29 bilhões,
com média diária de US$ 1,058 bilhão, enquanto as importações chegaram a
US$ 4,321 bilhões, com média de US$ 864,2 milhões.
Em relação à
média diária de embarques de maio do ano passado, houve crescimento de
25,5%. Na comparação com abril, houve queda de 0,4%. Nas importações, o
valor foi 27,3% superior à média registrada no quinto mês de 2010 e
10,3% menor que o apurado no mês passado.
A balança comercial
brasileira acumula superávit de US$ 5,998 bilhões em 2011, até a
primeira semana de maio, de acordo com os dados do MDIC. No mesmo
período do ano passado, a balança apresentou saldo positivo de US$ 2,682
bilhões. A corrente de comércio (soma das exportações e das
importações) chegou a US$ 147,392 bilhões, superando em 29,2% o total de
US$ 114,106 bilhões apurado em igual período de 2010.
Até a
primeira semana de maio, as exportações totalizam US$ 76,695 bilhões,
com média diária de US$ 891,8 milhões, equivalente a um crescimento de
31,3% ante a média de US$ 679 milhões registrada no mesmo período de
2010. Neste ano, as importações já chegam a US$ 70,697 bilhões, com
média diária de US$ 822,1 milhões, valor 26,9% superior à média de US$
647,8 milhões registrada em igual período do ano passado.