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18 de abril de 2024Lideranças de trabalhadores rurais vão acampar em Brasília, onde querem
reunir-se com a presidente Dilma Rousseff para tratar de questões como o
assentamento de famílias, reforma agrária e política de crédito. Os
trabalhadores fazem parte do Acampamento Nacional, organizado pela Via
Campesina e por movimentos rurais que integram a organização como o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Cerca de 4
mil famílias de trabalhadores rurais chegam nesta segunda-feira (22) à
capital e ficarão acampadas no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson
por tempo indeterminado.
O coordenador do MST, Valdir
Misnerovicz, disse que os movimentos estão esperando a confirmação da
audiência. “Temos tido boas reuniões com o governo. A questão é que o
diálogo não tem sido traduzido em ação. Essa é nossa insatisfação, essa é
nossa indignação. O governo precisa transformar o diálogo em ação
concreta para resolver”, disse.
Segundo Misnerovicz, os
trabalhadores defendem mais recursos para a reforma agrária e que o
dinheiro liberado para obtenção de terras destinadas a assentamentos já
foi todo usado. “Este ano foram destinados mais de R$ 500 milhões para
obtenção de terras e já foram empenhados. Reconhecemos que isso é
importante, mas esses recursos representam 10% da nossa demanda. Esse
valor resolve o problema de 10% das famílias acampadas”.
Misnerovicz
informou que seriam necessários R$ 1,5 bilhão para assentar as famílias
acampadas. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), 180 mil famílias estão acampadas pelo país e precisam
ser atendidas emergencialmente.
Já o líder do MST alega que, em
oito meses de governo, não houve nenhuma desapropriação de terra e
havia, até recentemente, mais de 100 processos de assentamento na Casa
Civil da Presidência da República que foram devolvidos para o Incra
Outro
problema apontado por Misnerovicz foi a questão das dívidas de
agricultores familiares. Ele informou que há R$ 12 bilhões em dívidas
que precisam ser negociados emergencialmente para que os agricultores
não fiquem impedidos de fazer novos financiamentos. ‘O governo
disponibilizou R$ 16 milhões para a agricultura familiar, mas há uma
parte desses agricultores que tem dívidas e, se isso não for resolvido,
eles ficarão sem acesso a esse dinheiro. Tem o recurso, mas ele não pode
ser acessado.’
A coordenadora da Via Campesina, Rosângela
Piovezani, disse que os movimentos rurais também vão pedir a presidenta
que seja mantido o atual Código Florestal. “Flexibilizar [áreas de
proteção permanente] APP e área de reserva legal é um atentado à
natureza e a nosso planeta. Para produzir comida, os camponeses não
precisam de redução de APP e nem de reserva legal”, disse.
De
acordo com ela, os movimentos de trabalhadores rurais vão pedir o
cancelamento das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e de outros
projetos de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), que, na opinião deles, não vão trazer benefícios à população.
“Belo Monte vai atingir uma grande região e vai tirar não só os animais,
mas povos ribeirinhos, povos indígenas e quilombolas. É uma área muito
grande que vai ser atingida e não vai trazer benefícios para a
população”.
Amanhã (23), os trabalhadores farão uma vigília em
frente ao Congresso Nacional, a partir das 19h, para pressionar os
parlamentares e o governo quanto às suas reivindicações. Também está
programado para o mesmo dia o lançamento do filme O veneno está na mesa, do cineasta Silvio Tendler, que será exibido no acampamento dos trabalhadores em Brasília.
Os trabalhadores rurais programaram para quarta-feira (24) uma manifestação na Esplanada dos Ministérios.