Oil rises while sugar slips
11 de agosto de 2009STJ define prazos prescricionais para consumidores reclamarem correção monetária do empréstimo compulsório de energia
13 de agosto de 2009O relator da CPI da Petrobras, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta terça-feira (11) que o depoimento do secretário interino da Receita, Otacílio Dantas Cartaxo, foi suficiente para esclarecer as dúvidas em torno da decisão da estatal de mudar o regime de recolhimento de impostos para evitar prejuízos decorrentes das variações cambiais. Diante disso, o senador disse que não vê necessidade de convocar a ex-secretária da Receita Federal (SRF) Lina Vieira ou representante da Petrobras para falar sobre o assunto.
– Eu não vejo nenhuma necessidade de ouvir a doutora Lina [Vieira]. Ela não vai acrescentar nada, não vai quebrar o sigilo da Petrobras, não vai dar nenhuma informação e não está mais no comando da Receita Federal. Em minha opinião, não é mais necessário [convocar] ninguém da Receita e nem da própria Petrobras, porque não houve multa e não houve nenhum tipo de questionamento da Receita. Então, esse é um caso que, em tese, não existe – afirmou.
Otacílio Cartaxo se limitou a especificar a proibição legal de servidores da Receita Federal falarem sobre qualquer processo que envolva sigilo fiscal. Ele alegou impossibilidade de revelar se a Petrobras encontra-se ou não sob investigação, mas disse que a mudança de regime de recolhimento de impostos é alvo de divergências no âmbito das Delegacias e Superintendências da Receita Federal, uma vez que a lei é omissa em relação ao momento em que a mudança poderia ser feita dentro de um ano fiscal.
O secretário interino explicou que as divergências são administrativamente encaminhadas para uma decisão final da Secretaria da Receita Federal, mas isso ainda não ocorreu em relação à mudança do regime de recolhimento de impostos.
Jucá adiantou que seu relatório final apresentará uma proposta de projeto de lei que ajuste as normas legais e lembrou ter participado dos debates em torno da medida provisória que implantou os novos regimes. Segundo o senador, o “espírito da lei” era que as empresas pudessem optar pela mudança a qualquer momento, uma vez que as crises cambiais não são previsíveis.
Otacílio Cartaxo também disse que, por ser uma grande empresa, a Petrobras é constantemente monitorada pela Coordenação Geral de Acompanhamento dos Grandes Contribuintes (Comac). Ele assinalou que 70% da arrecadação federal é oriunda desse tipo de contribuinte e que, a partir de 2008, todas as empresas que apresentem variações significativas no comportamento tributário estão sendo objeto de monitoramento.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou uma nota de esclarecimento assinada pela assessora de comunicação da SRF, Valéria Cristina Barbosa, e divulgada pelo site da Petrobras no último dia 11 de maio, afirmando que a empresa não poderia ter optado pela mudança após o início do ano fiscal. O senador assinalou que a nota foi retirada do site após a denúncia de que a empresa estaria utilizando um “truque contábil” para sonegar impostos.
Otacílio Cartaxo disse não ter conhecimento da nota e que a Receita não se pronuncia sobre essas questões através de nota, apenas através de atos legais. Ele assinalou que aquela nota não espelha a posição oficial da SRF sobre o assunto.
Romero Jucá apresentou uma segunda nota, do dia 21 de maio, negando qualquer irregularidade na Petrobras. Alvaro Dias alegou que a divergência entre as duas notas seria motivo suficiente para convocar a ex-secretária Lina Vieira para esclarecer o que realmente ocorreu.
Ao final da reunião, o presidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM), informou que os requerimentos sobrestados serão votados na próxima terça-feira (18), em reunião administrativa da comissão que será realizada antes da oitiva dos diretores da Agência Nacional do Petróleo (ANP).