Superávit da balança cai para US$ 459 milhões na terceira semana de julho
21 de julho de 2008Para PF, Greenhalgh fez lobby por compra da Brasil Telecom pela Oi
24 de julho de 2008A arrecadação federal continua batendo recordes, apesar do fim da
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). No
primeiro semestre, os recolhimentos chegam a R$ 333,208 bilhões, o
maior valor já registrado no período em termos nominais. Em relação ao
primeiro semestre do ano passado, a receita aumentou 10,43%,
considerando a inflação do período. Em termos reais (sem considerar a
inflação), os recolhimentos chegam a R$ 327,672 bilhões, um aumento de
16,03%. O total registrado em junho também foi recorde para o mês: R$
55,747 bilhões, com alta real de 7,1% sobre junho de 2007.
Além de
bater recordes históricos em todos os meses do ano, a arrecadação está
crescendo em um ritmo maior do que no ano passado. Nos primeiros seis
meses de 2007, a arrecadação crescia a 10,02%. Para o secretário da
Receita Federal, Jorge Rachid, a maior lucratividade das empresas, o
crescimento do volume geral de vendas na economia, o aumento da massa
salarial, a alta das importações e a expansão da produção industrial
contribuíram para esse desempenho.
Rachid atribuiu o aumento da arrecadação em junho ao crescimento
das receitas com multas e juros de débitos antigos. Em junho, a
arrecadação da Receita com multas e juros cresceu 135%, totalizando R$
3,367 bilhões, ante R$ 1,433 bilhão no mesmo mês de 2007. Segundo
Rachid, esse crescimento foi \”o principal motivo\” para o bom desempenho da arrecadação no mês.
Sem
juros e multas, disse Rachid, a arrecadação das receitas administradas
em junho teria sido de 2,82% e não de 6,52%. No primeiro semestre deste
ano, arrecadação de multa e juros somou R$ 9,577 bilhões, um aumento de
60,47% em relação aos R$ 5,968 bilhões obtidos no ano passado.
Rachid
atribui esse aumento ao trabalho da Receita de maior presença fiscal e
controle das empresas e pessoas físicas. \”Com a maior presença fiscal,
o contribuinte procura cumprir as obrigações fiscais\”, disse Rachid.
Segundo ele, nos primeiros quatro meses do ano, a Receita já enviou 300 mil avisos de cobrança para os contribuintes.
O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e das
alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das
instituições financeiras (de 9% para 15%) também ajudou a impulsionar a
arrecadação. O aumento da arrecadação ocorreu mesmo com o fim da
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a
redução da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide)
incidente sobre gasolina e diesel.
Para Rachid, além do crescimento
econômico, a arrecadação federal vem sendo impulsionada, a cada mês,
pelas ações da Receita e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) na recuperação de créditos.
\”Os espaços vêm sendo reduzidos\”, afirmou.
IOF contabiliza elevação de R$ 5,9 bilhões
O governo aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) e já conseguiu no primeiro semestre aumentar em R$
5,91 bilhões a arrecadação do tributo, em comparação ao mesmo período
de 2007. O crescimento da arrecadação no ano mostra um dinamismo maior
do que a previsão de R$ 8,5 bilhões de aumento da receita do IOF em
2008 por conta da elevação das alíquotas, que omeçou a vigorar em
janeiro e foi adotada para compensar o fim da CPMF.
A arrecadação do tributo nos primeiros seis meses do ano foi de R$
9,819 bilhões, ante R$ 3,905 bilhões em igual período do ano passado.
Rachid também atribuiu esse crescimento à demanda por crédito até maio.
Segundo ele, a expansão do crédito foi mais expressiva do que previa a
Receita no início do ano. Ele destacou que as operações de crédito
tiveram um crescimento de 33,4% para as pessoas físicas e 36,26% para
as pessoas jurídicas.
O secretário da Receita evitou comentar novas projeções com base na
mudança de cenário econômico e no fato de que a expectativa do governo
era de que o IOF maior implicasse em redução das perações de crédito.
\”O que estamos analisando aqui são os resultados. Vamos esperar a
evolução\”, disse.
Já a elevação da alíquota da CSLL para as
instituições financeiras, que começou a vigorar em maio, reforçou em R$
300 milhões a arrecadação federal de junho. A previsão da Receita é que
a arrecadação da CSLL recolhida pelos bancos cresça R$ 2 bilhões este
ano por causa do aumento
da alíquota.
A arrecadação do tributo em
todos os setores da economia somou R$ 4,330 bilhões em junho ante R$
2,448 bilhões em junho de 2007. Rachid disse que a diferença foi
expressiva porque houve uma arrecadação atípica em junho, de
recuperação de crédito, que somou R$ 1,370 bilhão. Por outro lado, a
arrecadação da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico
(Cide) caiu de R$ 737 milhões em junho de 2007 para R$ 305 milhões em
junho de 2008. A queda se deve à redução da alíquota do tributo para
compensar o aumento dos preços dos combustíveis na refinaria.
Rachid afirmou que a instituição continua respaldada com informações
sobre as movimentações financeiras dos contribuintes mesmo com o fim da
CPMF.
Segundo ele, a Receita receberá nos próximos dias as primeiras
informações sobre os gastos com cartões de crédito e, até outubro, de
todas as movimentações financeiras realizadas este ano.
A Receita está utilizando a Lei Complementar 105, que trata do
acesso a informações bancárias. Segundo Rachid, terão que ser
informadas mensalmente todas as operações que ultrapassarem o valor de
R$ 5 mil para as pessoas físicas e R$ 10 mil para as pessoas jurídicas.
Valores nominais em R$bilhões
1º sem/2004 245,1
1º sem/2005 261,1
1º sem/2006 274,3
1º sem/2007 301,7
1º sem/2008 333,2
Valores por tributo em R$bilhões
Imposto sobre Importação 7,573
IPI 18,604
Imposto de Renda* 97,009
IOF 9,819
CPMF 1,106
Cofins 58,723
CSLL/instituições financeiras 3,530
CSLL/outras pessoas jurídicas 22,982
Arrecadação previdenciária 83,767
Variação primeiro semestre em %
IOF 151,46
CSLL/instituições financeiras 37,47
CSLL/ outras pessoas jurídicas 29,55
Imposto sobre Importação 27,66
Imposto de Renda* 17,03
IPI 15,85
Cofins 14,09
Arrecadação previdenciária 12,57
CPMF -94,03
*Inclui impostos pagos por pessoas físicas e empresas