Sérgio Ricardo defende Instituto Memória para Nova Xavantina
23 de maio de 2008Há vagas no governo
26 de maio de 2008O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello considera constitucional a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) via projeto de lei complementar de iniciativa da Câmara.Segundo a reportagem, Mello disse que, embora o artigo 154 da Constituição proíba a criação de impostos cumulativos –que incidem sobre todas as etapas do processo produtivo–, a contribuição não está incluída nesse rol. \”Essa cláusula diz respeito a impostos, nós estamos no âmbito dos tributos, gênero que é espécie de contribuição. A regra não se aplica\”, disse. O ex-ministro do STF Carlos Velloso também argumentou que a criação de contribuições sociais não é matéria privativa do chefe do Executivo. Apesar do sinal verde de Mello, a reedição da CPMF por meio de lei complementar encontra resistências, já que a oposição promete recorrer ao STF para impedir a recriação do chamado \”imposto do cheque\” na Câmara caso os parlamentares insistam em um projeto de lei complementar para aprovar a contribuição em meio às discussões da emenda 29 –que amplia os recursos para a saúde. Os oposicionistas argumentam que o Legislativo não tem poderes para criar impostos, argumento sustentado pela Constituição Federal. \”Se esse absurdo prosseguir na Casa, temos que fazer uma avaliação de sanidade no Congresso. O único caminho seria recorrer ao STF\”, disse o líder do DEM na Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA). A oposição ficou irritada com a manobra do governo em recriar a CPMF por meio de projeto de lei complementar –que necessita de um quórum menor de parlamentares para ser aprovada nos plenários da Câmara e do Senado do que a proposta de emenda constitucional. Apesar de admitir que não têm número suficiente de parlamentares para barrar a CPMF na Câmara, DEM e PSDB se articulam para derrotar a contribuição no Senado. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que a oposição vai impedir a aprovação da CPMF no Senado, uma vez que a Casa já derrotou a sua continuidade no final do ano passado. Na Casa Legislativa, a oposição conta com a adesão do grupo de senadores \”independentes\” que, apesar de integrarem a base aliada, votam sistematicamente com o DEM e PSDB. \”Isso é um desrespeito ao Senado. O Congresso disse não à CPMF no ano passado, qualquer subterfúgio é um desrespeito a nós. Acho que temos que mobilizar a sociedade contra isso\”, afirmou. Líderes da base aliada encontraram uma brecha constitucional para permitir a recriação da CPMF com alíquota de 0,10% por meio de lei complementar de iniciativa do Congresso. Os parlamentares argumentam que, apesar de a Constituição Federal vetar ao Congresso a criação de novos impostos por considerar que é uma atribuição do Executivo, existe uma jurisprudência do STF que abre caminho para a recriação da CPMF por meio de lei complementar de iniciativa da Câmara. A lei complementar é a alternativa mais \”simpática\” aos governistas porque precisa de maioria absoluta no plenário para ser aprovada. Os governistas não querem recorrer a uma PEC (proposta de emenda constitucional) que, para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos de deputados e 49 de senadores. A idéia é apoiar uma contribuição nos moldes da extinta CPMF, com alíquota de 0,1% e permanente.