O Irã interrompeu oficialmente o cumprimento de alguns compromissos do acordo nuclear de 2015 com potências mundiais após determinação do conselho de segurança nacional iraniano, disse uma autoridade da agência de energia atômica do país à agência de notícias Isna, nesta quarta-feira.
O Irã notificou na semana passada os governos de Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia de sua decisão de suspender parte dos compromissos do acordo nuclear um ano depois de os Estados Unidos se retirarem unilateralmente do pacto e reativarem sanções contra a República Islâmica.
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Conforme o acordo, Teerã tinha permissão de produzir urânio enriquecido até o limite de 300 quilos e de produzir água pesada até o limite de cerca de 130 toneladas. O Irã poderia enviar o excedente para armazenamento ou venda fora do país.
A autoridade disse que, a partir de agora, o Irã não terá limite para a produção de urânio enriquecido e água pesada.
Irã quer forçar países a não aceitar ordens dos EUA
As ações iniciais do Irã ainda não parecem violar o acordo nuclear, mas o país alertou que, a menos que as potências mundiais protejam sua economia das sanções dos EUA dentro de 60 dias, começará a enriquecer urânio em nível mais alto.
A União Europeia e os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França e Reino Unido disseram que ainda estão comprometidos com o acordo, mas que não aceitarão ultimatos de Teerã.
O acordo também limita a 3,67% o nível de pureza em que o Irã enriquece urânio, muito menos do que os 90% necessários para armas e bem inferior aos 20% praticados pelos iranianos antes do acordo.
Na terça-feira (14), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que Teerã não quer guerra com os EUA, apesar das tensões crescentes entre os dois arqui-inimigos decorrentes do desenvolvimento nuclear iraniano e de seu programa de mísseis.
Khamenei também disse que sua nação não negociará outro acordo nuclear com Washington.
Estados Unidos temem ataques em embaixada de país vizinho
A embaixada norte-americana em Bagdá, no Iraque, foi esvaziada. Ficaram apenas os funcionários essenciais para lidar com emergências.
Trata-se de uma movimentação para evitar possíveis ataques de forças ligadas ao Irã, vizinho do Iraque –na semana passada, o governo de Washington revelou que havia detectado ameaças de aliados iranianos a americanos na região.