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Não faltam confetes aos recentes resultados divulgados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e mineiro. Porém, o crescimento de 12,2% em Minas Gerais e de 9% no Brasil nos três primeiros meses deste ano, comparados com o mesmo período do ano passado, só foi tão elevado porque há um ano a crise era grande. Assim, empresas demitiram no período de maré baixa e paralisaram linhas de produção, e agora, quando precisam alimentar os setores que puxam a economia, não conseguem recuperar o ritmo.
“Hoje, a demanda é maior do que a capacidade produtiva”, afirma o gestor comercial do Grupo VDL – com 11 concessionárias de caminhões Mercedes-Benz e oito revendas de pneus Michelin –, Carlos Gonçalves. O executivo afirma que as vendas de caminhões cresceram 160% comparando os quatro primeiros meses deste ano em relação ao ano passado, e que o excesso de procura, principalmente de modelos como os cavalos mecânicos da linha Axor 2640 e 2644, requisitados para uso do setor de mineração, gera uma espera de 30 a 40 dias. “Não há mais a demora que tinha de até 60 dias”, afirma Gonçalves, que por isso calcula que até julho as vendas estejam normalizadas.
A explicação para a procura pode ser encontrada na análise feita pela Fundação João Pinheiro do PIB de Minas Gerais. Entre as quatro atividades que compõem o setor industrial, a indústria extrativa apresentou crescimento de 57%. Já o setor de máquinas e equipamentos teve uma expansão de 106,7% na mesma base de comparação.
O crescimento gera falta também de pneus. Gonçalves, do Grupo VDL, explica que a espera chega a 30 dias, mas que o problema atinge principalmente os grandes frotistas, que buscam fazer um estoque regulador. “A segunda opção é trabalhar com o produto recapado”, destaca. Porém, o pneu recapado não pode ser utilizado em todos os eixos, sendo voltado para aplicações rodoviárias e para os eixos de tração. Já os eixos dianteiros exigem o uso de pneus novos. “O recapado atende com segurança e suporta entre 20 mil e 30 mil quilômetros”, afirma Gonçalves.
EXPLICAÇÃO
O presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), Eugênio Deliberato, explica que os resultados positivos da economia podem ser vistos para o setor como uma recuperação de perdas e não como crescimento. De acordo com estimativas da associação, cada uma das grandes fabricantes (Pirelli, Michelin, Bridgestone/Firestone e Goodyear) contratou cerca de 400 funcionários este ano. “Isso implica em treinamento, que, dependendo da linha, pode levar de três a seis meses”, afirma Deliberato.
No ano passado, o setor de pneumáticos teve uma retração de 10%. Dessa diminuição, quase um terço foi motivado pela queda das exportações, um quarto pelo mercado de veículos de passeios e outro um quarto para o mercado de carga doméstico. Já a produção de pneus para montadoras e implementos registrou retração de 18%. “Isso motivou a paralisação de diversas linhas de diferentes fabricantes”, afirma Deliberato.
O presidente do Sindicato da Indústria Mecânica, Petrônio Machando Zica, destaca no resultado do setor de máquinas e equipamentos, os bens de capital e seriados, além dos de trânsito para bens de consumo, como os caminhões. Já em relação ao setor de equipamentos mecânicos, como a sua empresa, a Delp, ele garante que não está aquecido. “Existe ainda uma ociosidade grande, que varia de 20% a 50% dependendo da empresa”. Entre os produtos que não exigem equipamento nesse momento de retomada estão tubos para siderúrgica e irrigação.
“PIBAÇO”
O ex-governador Aécio Neves provocou ontem o governo federal em relação à divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (9%) e de Minas Gerais (12,2%) no primeiro trimestre. “Não resisto em dizer que li nas últimas semanas nos jornais uma comemoração do governo federal, e considero justa, quando anunciado por parte do ministro da Fazenda o crescimento do PIB nacional em torno de 9%, considerado um pibão, e eu realmente também reconheço, foi um pibão. Mas ao receber os nossos números, podemos dizer que Minas teve um pibaço de 12,2%, portanto crescemos mais do que o Brasil, e isso é motivo de orgulho e de comemoração a todos os mineiros. Isso significa mais emprego, mais renda, mais investimentos vindos para o estado.”