JUSTIÇA DE SÃO PAULO DETERMINA QUE O MUNICIPIO AUTORIZE A EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS.
9 de fevereiro de 2024
Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI
18 de abril de 2024O ciclo de crescimento do mercado de capitais brasileiro, interrompido de forma brusca pelo agravamento da crise internacional, dificilmente será retomado no próximo ano, na análise da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Para Alberto Kiraly, vice-presidente da entidade, dificilmente ocorrerão novas ofertas de ações antes do segundo semestre de 2009. Antes disso, ele espera uma volta gradativa e um alongamento dos prazos nas emissões de dívida corporativa, como debêntures.
No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as ofertas de ações somaram R$ 35 bilhões, uma queda de quase 50% em relação ao mesmo período de 2007. Para piorar, houve uma concentração muito grande nas operações. Segundo Kiraly, apenas as emissões de papéis da OGX Petróleo e Gás, Vale e Gerdau responderam por 90% de todo o volume. A maior parte das ofertas foi realizada no primeiro semestre, quando o mercado ainda acreditava na possibilidade de que os impactos da crise não fossem tão severos.
No caso das emissões de dívida, a restrição de liquidez provocou um forte aumento nas taxas de retorno exigidas das empresas. Diante desse cenário, as próprias companhias têm optado por esperar a melhora nas condições de mercado, de acordo com Kiraly. \”A expectativa é de que no médio e no longo prazo elas consigam captar com custos menores.\”
Enquanto isso, a opção tem sido a procura por instrumentos de captação de prazo mais curto, como as notas promissórias, cuja emissão mais que dobrou neste ano, para R$ 19,7 bilhões. \”Essa deve continuar sendo a tônica nos próximos meses, mas já é possível observar o movimento de algumas empresas com captações mais longas em FIDCs, de 12 a 18 meses\”, observa.
De acordo com o executivo, a recuperação, ainda que de modo cauteloso, das operações com debêntures e outros papéis de renda fixa poderá compensar a escassez de recursos no mercado externo, que deverá se manter fechado ao longo do próximo ano em conseqüência das dificuldades enfrentadas pelos bancos. \”Ao contrário de crises anteriores, desta vez esperamos que a situação no mercado local melhore antes.\” Em 2008, as captações internacionais recuaram 31% em relação ao ano anterior. Ele lembra que as dificuldades de renovação das linhas externas já têm feito com que as empresas procurem alternativas no mercado local.Enquanto o mercado se recupera do duro golpe sofrido neste ano, a Anbid aproveita para fortalecer as normas das ofertas públicas de ações (IPO, na sigla em inglês). Entre as iniciativas, Kiraly destacou a proposta de limitar o uso dos recursos da oferta para o pagamento de empréstimos com os bancos coordenadores – o chamado \”equity kicker\”. A associação espera anunciar as novas regras ainda neste ano.
Centro financeiro
Outro projeto da entidade, este para o longo prazo, é o de transformar o Brasil em centro financeiro mundial, a exemplo de cidades como Nova York, Dubai e Londres. \”Trata-se de uma indústria que proporciona alta rentabilidade, gera muitos empregos e o melhor, sem poluição\”, afirma o vice-presidente e coordenador da comissão de serviços qualificados da associação, Pedro Guerra. Em parceria com a BM&F Bovespa e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Anbid encaminhou um estudo sobre o tema a uma consultoria internacional, que deve entregar os resultados no próximo ano.
O presidente da Anbid, Marcelo Giufrida, destaca que o Brasil tem despertado interesse dos investidores asiáticos, inclusive dos fundos soberanos, que começam a analisar a alocação em gestores locais. \”O dinheiro desses fundos, que vinha sendo destinado principalmente às economias desenvolvidas, deve ser direcionado também aos demais países emergentes, com a perspectiva de maior crescimento econômico.\” Para Giufrida, um sinal do interesse foi a instalação de um escritório do fundo soberano de Cingapura no País.