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7 de agosto de 2009Caso Nahas: Decisão do TRF pode dar prazo a quem teve prejuízo
11 de agosto de 2009A evolução da carreira dos auditores internos não depende da análise de processos específicos, mas do desenvolvimento de uma visão mais abrangente dos negócios. É preciso enxergar os riscos na estratégia e no ambiente da empresa, mensurá-los e conseguir comunicar isso de forma clara e eficiente para os stakeholders e a alta administração da companhia.
Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada com mais de 700 profissionais de diversos países pela Protiviti, empresa multinacional de consultoria, auditoria interna, gerenciamento de riscos e governança corporativa. “Estamos passando por grandes transformações na área. É necessário, portanto, alinhar as expectativas dos auditores com as da cúpula das organizações”, afirma Waldemir Bulla, sócio-diretor da Protiviti.
De acordo com o estudo, quase 70% dos entrevistados disseram que o uso de tecnologias avançadas atualmente é indispensável para que possam ter um bom desempenho na profissão. Na opinião de Bulla, o auxílio de plataformas informatizadas confiáveis se tornou, de fato, essencial na auditoria e as empresas devem não só entender isso, mas fornecer os recursos necessários. “Com a tecnologia é possível vasculhar todo o banco de dados e analisar os números com precisão, além de transformar isso em resultados tangíveis”, diz. “Não adianta apenas identificar os riscos e as oportunidades. É preciso traduzir isso em valores, mostrar os custos e os ganhos prováveis”, complementa.
Para ele, a tecnologia da informação, se usada de forma correta, também permite descobrir e evitar fraudes com mais segurança. Embora essa não seja a principal atividade de um auditor interno, a preocupação com o tema depois da crise se mostrou relevante para 74% dos profissionais.
Em relação ao conhecimento técnico, 66% dos respondentes consideram fundamental o aprimoramento dos conceitos de “Enterprise Risk Management” (ERM), ou seja, fazer uma avaliação mais estratégica dos riscos e de como eles podem afetar a companhia como um todo. “Essa é tendência global. Muitos dos problemas que estamos passando hoje na economia vieram da falta de um trabalho eficiente nesse sentido”, afirma Bulla.
Desenvolver habilidades de apresentação em público e saber se expressar perante gestores e acionistas também são consideradas hoje vantagens competitivas na carreira de um auditor interno. Mais de 70% dos entrevistados afirmaram se preocupar com esse tema, especialmente nos cargos mais elevados como “chief audit executive” (CAE), diretores e gerentes. “Isso acontece pelo recente aumento de regulamentações na área, dos comitês e dos conselhos, além da abertura dos mercados e da globalização. Os auditores internos estão mais expostos e precisam se relacionar o tempo todo com os tomadores de decisão”, ressalta o sócio-diretor. Cerca de 80% dos respondentes são de companhias que faturam mais de US$ 500 milhões por ano – desse total, no caso de 15% o montante supera os US$ 20 bilhões.
Embora a pesquisa tenha sido internacional e as tendências na profissão estejam alinhadas em todos os continentes, Waldemir Bulla destaca que no Brasil as transformações são ainda mais profundas. Para ele, quando a economia do país era fechada, 20 anos atrás, a auditoria interna tinha um papel totalmente diferente do atual.
“A função hoje tem mais valor agregado e exige conhecimento sobre boas práticas de governança e a exposição das empresas para o mercado”, diz. Prova disso, de acordo com ele, é que o auditor interno moderno discute com os gestores riscos que abrangem aspectos financeiros, operacionais e estratégicos, além de outros assuntos variados como os relacionados a clientes, reputação, imagem e marca.
“O Brasil ainda é novo nisso, mas tem evoluído de forma significativa com a capacitação e a conscientização dos profissionais da área”, afirma.