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9 de junho de 2009Os executivos brasileiros estão menos focados no crescimento internacional de suas empresas nos próximos cinco anos do que os comandantes de outros países da América Latina, inclusive os argentinos. A ambição de aumentar a participação em mercados externos nesse prazo, no entanto, ainda é maior entre os dirigentes asiáticos e europeus.
Esses dados fazem parte de uma ampla pesquisa realizada pela consultoria Bain & Company com 1.430 executivos do alto escalão de grandes companhias – 40% com faturamento entre US$ 600 milhões e US$ 2 bilhões. O estudo foi conduzido nas regiões da América Latina, Ásia/Pacífico, Europa, Oriente Médio, África e América do Norte no primeiro trimestre deste ano. Nele, os executivos de mercados emergentes, especialmente os latino-americanos, parecem bastante confiantes no futuro de suas empresas. Metade desses dirigentes acredita que seus países terão mais oportunidades nos próximos anos do que a China e a Índia.
No Brasil, 55% dos pesquisados disseram que o crescimento internacional é vital para a performance de sua companhia nos próximos anos. Em outros países da América Latina esse percentual chega a quase 70%. “Os executivos aqui vêem o mercado interno como o grande desafio”, diz Jean-Claude Ramirez, sócio da Bain & Company no Brasil. Além de não estarem vislumbrando uma grande dependência dos mercados internacionais, exceto em alguns segmentos específicos da indústria de base, eles enxergam grandes oportunidades a serem exploradas internamente, explica o consultor. “Setores como o de telecomunicação e varejo não têm razão para se preocupar com o mercado internacional”, afirma.
Essa perspectiva de crescimento interno talvez seja uma das explicações para o otimismo que os executivos brasileiros demonstram na pesquisa em relação aos próximos anos. Como os outros líderes da América Latina, eles se preocupam com o cumprimento das metas deste ano e as soluções de curto prazo, mas não perdem a perspectiva otimista para o futuro. Sete em cada dez entrevistados acreditam que a turbulência econômica se dissipará em 2010. “Para os latino-americanos, a recessão parece ser um bom momento para melhorar sua posição competitiva”, diz Ramirez. No estudo, 81% dos executivos da região disseram que pretendem aproveitar a crise para aumentar sua participação no mercado. Também pretendem fazer o mesmo 80% dos executivos indianos e 70% dos chineses pesquisados.
Outro ponto consensual no estudo para 78% dos representantes da América Latina é que, para ter sucesso no longo prazo, a inovação é mais importante do que a redução de custo operacional. “Nos países emergentes, as empresas estão mais aptas a falar em inovar do que nos Estados Unidos onde os executivos estão mais focados em questões imediatas para não quebrar”, lembra Ramirez. Já entre os asiáticos, 84% apostam em atitudes inovadoras para crescerem nos próximos anos.
Mesmo defendendo essa visão de futuro, 38% dos executivos da América Latina admitem que suas decisões têm foco no curto prazo, por razões financeiras e não estão relacionadas às estratégias de longo prazo.