Henry Kravis, um dos executivos de empresas de investimentos em participações mais famosos, disse que o setor precisa adaptar-se ou correrá o risco de tornar-se irrelevante, em meio à crise financeira. \”Podemos adaptar-nos, ser parte da solução, ou dobrar nossas cadeiras e sair de cena\”, disse Kravis, cofundador do Kohlberg Kravis Roberts (KKR), um dos nomes mais venerados nos 30 anos de história das aquisições alavancadas.
O KKR, assim como outros grandes grupos de private equity, será obrigado a buscar transações menores, valer-se de menos dívidas e diversificar-se para áreas como infraestrutura e empréstimos a empresas, disse Kravis durante conferência do setor em Berlim, inadequadamente chamada de Super-Retorno.
Os comentários ressaltam como os principais fundos de investimentos em participações estão sendo obrigados a repensar os modelos de negócios depois de anos contando com volumes abundantes de endividamento barato para comprar algumas das maiores empresas do mundo.
Leon Black, cofundador da Apollo Management, deu um tom anda mais sombrio e afirmou que as aquisições tradicionais estão \”essencialmente mortas por enquanto\”. Black prevê que a maioria dos grupos de private equity passarão a maior parte do tempo reduzindo a alavancagem, recomprando dívidas e trocando créditos por patrimônio.
O KKR se viu forçado a abandonar os planos para abrir o capital de sua empresa na Bolsa de Valores de Nova York no quarto trimestre do ano passado. No ano passado, a KKR começou a levantar um novo fundo de infraestrutura multibilionário e recentemente lançou uma empresa de renda fixa para comprar dívidas problemáticas e emprestar dinheiro a empresas.
Kravis disse que também desenvolve suas operações próprias de mercados de capitais, para trabalhar em \”oportunidades de refinanciamento\” em seu portfólio de empresas. Afirmou ainda que buscará comprar participações minoritárias \”com direitos de governança significativos\”, com certa proteção contra quedas no mercado.
Com mais de US$ 400 bilhões para investir, os fundos de private equity poderiam desempenhar um grande papel \”em combinação com o governo\”, afirmou Kravis,
O especialista disse ver como \”um raio de sol\” os recentes lançamentos de títulos de dívidas de alto rendimento e a rolagem de commercial papers, de curto prazo, nos Estados Unidos.