Convergência contábil ainda confunde o mercado
5 de março de 2009Paul Volcker defende separação de bancos
9 de março de 2009O Banco Central já vendeu US$ 14,5 bilhões das reservas internacionais por meio de vendas diretas ao mercado. Somando-se todos os instrumentos que tem à disposição e descontando-se as recompras, o valor líquido da intervenção é de US$ 59,8 bilhões desde o início do período mais agudo da crise internacional, na segunda quinzena de setembro de 2008.
As informações foram atualizadas pelo presidente do BC, Henrique Meirelles durante seminário internacional realizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Em 15 de setembro de 2008, data considerada marco inicial da fase mais aguda da crise – anúncio da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers – as reservas estavam em US$ 207,57 bilhões.
Meirelles argumentou aos integrantes do conselho e participantes do seminário que as reservas brasileiras são consideradas “verdadeiras” porque não desaparecem rapidamente com os vencimentos da dívida de curto prazo. “Já vivemos isso. Diferentemente do passado, o governo agora é parte da solução da crise”, disse.
Analisando a evolução da crise internacional, o presidente do BC afirmou que o grande tema de discussão do G-20 financeiro – grupo de países industrializados e emergentes interessados em debater a estabilidade econômica e financeira – é a segunda rodada da turbulência que vai causar impacto em países em desenvolvimento. Disse que, se a primeira onda foi a brutal escassez de crédito, a segunda será a contaminação por meio do comércio exterior porque a queda dos PIBs dos grandes exportadores é “dramática”.
Apesar dessa perspectiva dos emergentes, o Brasil é um destaque positivo nesse grupo de países porque, segundo Meirelles, tem reservas verdadeiras, sistema financeiro sólido e entrou na crise crescendo forte, com a demanda doméstica aumentando 9%, o que é muito importante.
Meirelles teve de ouvir, o que já é rotina, duras críticas à política monetária, mas ressaltou que a taxa básica de juros Selic e a taxa de juros real estão nos níveis mais baixos da história, apesar dos altos spreads. Se a redução dos juros poderia ter sido feita de maneira mais rápida, Meirelles respondeu que tudo o que o Brasil conseguiu foi com responsabilidade, o que significa criação de emprego e inflação controlada.
“O Banco Central já indicou que está tomando medidas adequadas em todas as frentes. A história dos últimos seis anos mostra que tem dado certo, com ganhos das empresas e ganhos da renda dos trabalhadores. Fiquem tranquilos que vamos manter essa responsabilidade e vamos sair da crise mais rápido”, disse.