O mercado para grandes riscos começou o ano mais exigente e difícil. Taxas em alta, redução de capacidade e riscos recusados. Com aumento dos sinistros e o aprofundamento da crise mundial, as resseguradoras e seguradoras resolveram repensar suas operações.
Carlos Eduardo Almeida, vice-presidente de riscos industriais e comerciais da SulAmérica, conta que algumas resseguradoras estrangeiras tiveram problemas financeiros com a crise e, como consequência, viram seus ratings serem rebaixados pelas agências de risco. Para conseguir manter as notas, elas precisam de mais capital. Com isso, passaram a exigir taxas mais altas.
No Brasil, grandes prejuízos causados às seguradoras pelas enchentes em Santa Catarina e em Minas Gerais estão ajudando a encarecer o preço dos seguros para alguns segmentos. Com isso, o mercado passa por um momento de alta no seguro e no resseguro.
Henrique Berardinelli, superintendente da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), destaca que quando havia o monopólio do resseguro com o IRB-Brasil Re, o mercado local ficava meio isolado do resto do mundo, ou seja, os preços aqui eram mais estáveis. Agora, a tendência é que os preços internos acompanhem mais de perto os movimentos do exterior.
Almeida, da SulAmérica, conta que o próprio IRB está mais seletivo e vem seguindo os preços do mercado externo. \”A abertura do mercado traz mais volatilidade (para os preços locais).\” Empresas com histórico de sinistros, diz ele, terão dificuldade neste momento para renovar as apólices. Ou terão que aceitar preços mais altos ou uma franquia maior para compensar a manutenção do prêmio. Alguns riscos serão recusados. A SulAmérica, diz ele, \”tem promovido aumentos seletivos de preços para riscos mais agravos\”.