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12 de março de 2009Executivos da área de fusões e aquisições de grandes bancos dizem que os telefones pararam de tocar desde outubro, após a eclosão da crise econômica. Para o sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC), Alexandre Pierantoni, o número de consultas certamente diminuiu, mas os telefones ainda não estão totalmente mudos. “Voltamos a 2006, o movimento de fusões e aquisições ainda não caiu para os níveis de 2002 e 2003”, avalia o consultor, para quem os efeitos da atual crise não se comparam, por enquanto, à paralisia registrada após os ataques de 11 de setembro e a ameaça de colapso no abastecimento de energia elétrica em 2001.
De acordo com um levantamento da PwC, foram fechados 62 negócios de fusões e aquisições em janeiro e fevereiro. O número é 41% menor que o registrado no primeiro bimestre de 2008 e 23% inferior ao reportado em igual período de 2007. Em relação aos dois primeiros meses de 2006, contudo, o total de transações neste ano ainda é 8,8% maior.
Fontes do setor ponderam que, embora haja um número relativamente elevado de empresas à venda, a “qualidade” dos negócios que estão sendo fechados piorou. Em alguns casos, as companhias estão à venda porque enfrentam dificuldades financeiras e os compradores estão avaliando a aquisição para tirar proveito de uma oportunidade. E isso significa preços mais baixos.
Além de mais escassas e menos rentáveis, as transações agora também dão mais trabalho. Os negócios que não foram cancelados tiveram de ser revistos com o agravamento da crise econômica, resultando em esforço dobrado para os consultores da área. “Hoje, eu estou explicando e falando muito mais para fazer a mesma coisa”, diz Pierantoni. Muitas das transações que estão sendo concluídas agora foram iniciadas no ano passado.
Mas o cenário atual não é tão ruim se comparado ao de outros países e já foi bem pior no passado, lembra o consultor da PwC. Os fundos de private equity ainda continuam em busca de aquisições no mercado brasileiro, em especial nos setores em que enxergam potencial para a consolidação do mercado, como educação e hotelaria. Do total de transações realizadas em fevereiro, 26% foram efetuadas por fundos de private equity, afirma Pierantoni. Em 2007, a participação desses investidores nos negócios de fusões e aquisições no país era de apenas 15%. Em 2008, os fundos já responderam por 20% das transações.
O levantamento da PwC também mostra que os grupos de capital nacional estão com mais apetite para aquisições do que os estrangeiros, o que pode ser atribuído à difícil situação que muitas multinacionais estão enfrentando em seus mercados domésticos, na Europa e nos Estados Unidos. No primeiro bimestre, 69% dos negócios fechados no país foram realizados por grupos brasileiros. Mas essa tendência já era observada: os brasileiros também responderam por 70% das transações em 2008.
“O número de consultas que temos recebido de multinacionais interessadas em aquisições no Brasil até tem sido crescente”, diz Pierantoni. “Se a empresa quer aumentar suas vendas, não será, neste momento, nos Estados Unidos.” Ele prevê que o desempenho do setor de fusões e aquisições ainda continuará melhor que os números do PIB ao longo deste ano. O consultor tem esperanças de voltar apenas duas casas, para 2006.