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18 de abril de 2024O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o Brasil tem que se defender da crise que afeta os Estados Unidos e a Europa com um “cordão de isolamento”. Segundo ele, mesmo com o bom desempenho dos emergentes, os atuais problemas nos países ricos afetam essas economias. O governo lançou na terça-feira o Plano Brasil Maior, com uma série de ações para proteger a indústria nacional da competição imposta por produtos importados. Entre elas está um reforço na defesa comercial e também a desoneração da folha de pagamento para setores prejudicados pelo câmbio.
“Tanto nos Estados Unidos quanto na União Europeia, a perspectiva é de uma recuperação demorada que, portanto, vai afetar o mundo todo. Os emergentes são menos afetados, mas somos afetados por questões de mercado, de política cambial etc. Temos que nos defender tomando medidas que coloquem um cordão de isolamento no Brasil para que ele não seja prejudicado por essa situação”, disse.
Mantega afirmou que o fato de o governo americano ter conseguido fechar com o Congresso um acordo para elevar o teto da dívida pública não resolve o problema econômico do país. Isso porque o mercado interno ainda está muito desaquecido e o desemprego em alta.
“Os Estados Unidos estão tendo desempenho econômico inferior ao que se esperava. Felizmente, eles conseguiram aprovar o aumento do endividamento, porém isso não é satisfatório. Resolve o problema da dívida, não vai haver inadimplência, mas eu acredito que o governo americano não tem as condições para fomentar o crescimento da economia. E nós devemos esperar que essa questão se arraste por alguns anos”, disse o ministro.
Mantega afirmou ainda que não vê motivo para que as agências de classificação de risco rebaixem a nota americana em função dos problemas com a elevação do teto da dívida. “Eu acho que não é o caso de rebaixamento dos Estados Unidos porque, do ponto de vista financeiro, ele vai continuar sólido, cumprindo suas obrigações. Foi um episódio mais político.”
Brasil aproveita sucesso em meio à “insanidade global”, diz FT
O Brasil se aproveita do sucesso em meio à “insanidade global”, afirmou ontem o Financial Times (FT). Segundo o jornal britânico, nos últimos meses os brasileiros se tornaram espectadores dos disparates do mundo desenvolvido, como as dificuldades para elevar o teto da dívida nos Estados Unidos a fim de evitar o default, a crise da Grécia e o escândalo envolvendo o tabloide britânico News of the World, de Rupert Murdoch. “Um mercado emergente com dificuldades há uma década, o Brasil é hoje um retrato da estabilidade política e econômica comparado com o seu antes dominador parceiro do norte e as antigas potências colonizadoras da Europa”, diz o FT.
Para o jornal, o desafio do Brasil agora é saber como “administrar o sucesso”, pois não pode ser complacente frente à tarefa de sair da armadilha de país de renda média onde está preso há décadas. Entre os problemas ainda a serem enfrentados, o Financial Times cita o mercado de trabalho apertado, falta de trabalhadores qualificados, fraco sistema de educação e elevado custo para fazer negócios, em parte devido aos impostos elevados.
A publicação também volta a apontar o aumento do endividamento da população, em razão do boom de crédito. “O Brasil precisa ter cuidado para não enterrar sua nova classe média em tanta dívida que, quando o próximo declínio econômico chegar, ela cairá novamente na pobreza.”
O FT avalia que o Brasil pode se sentir orgulhoso neste momento. “Mas precisará continuar vigilante para assegurar que não semeia a próxima crise durante o período de prosperidade.”