O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, admitiu ontem que os EUA são “substancialmente” responsáveis pela crise global que custará ao mundo cerca de US$ 4 trilhões só este ano. Mas disse que, além de um esforço coordenado, será preciso também que cada país desenvolva suas próprias estratégias para sair dela.”Todos estamos na mesma tormenta, mas não no mesmo barco. Cada um de nós enfrentamos desafios diferentes”, disse ao Clube Econômico de Washington.
“Devemos adaptar melhor nossas políticas conforme as condições evoluem e devemos nos assegurar de que atuamos com a mesma força e intensidade que esse desafio requer”, disse. Os EUA, segundo ele, já começam a ver “alguns sinais de estabilização na queda da produção e do comércio.”
Geithner citou ainda a nova projeção do FMI que prevê uma queda da economia mundial de 1,3% este ano, o primeiro declínio em mais de seis décadas. Esse recuo pode significar perdas de US$ 3 trilhões a US$ 4 trilhões, disse. Mas lembrou que as propostas do G-20 feitas em Londres no início do mês são “programas cooperativos sem precedentes”, citando ações que podem prover estimados US$ 5 trilhões em incentivos.
Como a crise começou nos EUA, seus danos se espalharam amplamente, admitiu. “Nunca antes nos tempos modernos uma parte tão grande do mundo foi afetada ao mesmo tempo por uma confluência de desordem econômica e financeira como estamos vivendo agora.”