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18 de abril de 2024Em janeiro de 2009, a Europa celebrou dez anos de criação do euro como um sucesso: a moeda era vista como um porto seguro — símbolo de uma Europa forte. A inglesa BBC chegou a proclamar: “em dez anos, seu papel como uma moeda global está seguro”. Hoje, essa certeza desapareceu. Em meio à maior crise de sua breve história, o euro está em queda livre. A Europa forte não aconteceu.
E a crise da Grécia revelou uma espiral de dívida e déficits em vários países, colocando em risco o maior projeto econômico da União Europeia (UE).
A empresa de pesquisa econômica Capital Economics, sediada em Londres, aposta que o euro vai chegar a US$ 1,1 já no fim deste ano e que atingirá a paridade completa — ou seja, vai valer US$ 1 — no fim de 2011.
— Se isso acontecer, será um sinal claro de que a confiança no euro caiu muito — diz Cinzia Alicidi, do Centre for European Policy Studies, em Bruxelas.
Em poucos meses, euro cai 15% ante o dólar O nível do euro hoje, em si, não deveria ser um problema, já que todos reconhecem que a moeda estava sobrevalorizada, diz a economista.
— O que é mais preocupante é o fato de que o euro está caindo muito rápido, que tenha perdido 15% do valor em meses.
Para Robert Leonardi, da London School of Economics, o euro deve cair para U$ 1,1 a U$ 1,15 — o que, segundo ele, seria bom porque tornaria empresas europeias e, em particular, as exportadoras, mais competitivas.
Mas ele não acha que a crise vai levar a uma implosão da zona do euro.
— Se o euro se desintegrasse, não seria só uma desintegração do euro, e sim de uma grande parte da economia mundial. Isso seria catastrófico e não veríamos a volta do crescimento por cinco ou dez anos. É impensável no momento.
A moeda chegou a subir depois do anúncio do pacote de C 750 bilhões que a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciaram para salvar a Grécia e a zona do euro, há duas semanas.
Mas durou pouco: o euro afundou atingindo o seu mais baixo nível face ao dólar em quatro anos, recuperando apenas um pouco depois. E muitos hoje se perguntam como ninguém viu isso.
— Sabíamos que um dia haveria uma crise na zona do euro.
Era inevitável com países diferentes.
Tivemos uma crise, na Grécia, não soubemos administrála e deixamos desenvolver uma crise mais grave, da zona do euro — diz Jean Pisani-Ferry, diretor do Bruegel, um think tank em Bruxelas.
Para ele, o pacote foi uma boa resposta. Mas não será suficiente: tem que haver uma reforma da governança.
— Não temos escolha. Precisamos dar uma resposta completa.
Caso contrário, não convenceremos.
Não falo de implosão da zona do euro, mas não devemos esconder que estamos em situação de risco. E não podemos tratá-lo com descaso.
Problemas de governança e dívida alta impactaram euro Para Pisani-Ferry, os especuladores do mercado contribuíram para a rápida queda do euro.
Mas não são a única explicação para a queda. Ele aponta para quatro grandes causas. A primeira: a baixa perspectiva de crescimento econômico na zona do euro puxa as taxas de juros para baixo, o que tem efeito no câmbio. A segunda: a degradação da dívida pública em vários países. A terceira: quando as agências de risco degradam a dívida, muita gente corre para vendê-la o que, mecanicamente, leva à baixa do euro.
— Além de tudo isso, há uma inquietação geral sobre a governança e a estabilidade da zona do euro — diz.
A crise da Grécia, que ameaça toda a zona do euro, expôs os desequilíbrios do maior projeto econômico e monetário da UE. Para muitos, a irresponsabilidade fiscal da Grécia, que não apenas se endividou como mentiu sobre os números, reforçou o argumento dos que defendem um sistema rigoroso de monitoramento.
— É preciso fazer este trabalho de polícia. Poder de investigação e de auditoria — diz Pisani-Ferry.
Mas a zona do euro também terá de corrigir disparidades entre seus membros.
— Temos grandes disparidades que não podem ser eliminadas de uma hora para outra.
Países do norte e do sul (da zona do euro) terão que fazer ajustes dolorosos — avalia Cinzia.
A presidência da Comissão Europeia discute agora criar uma força-tarefa para melhorar a disciplina fiscal dos Estados. Cinzia vê a iniciativa com ceticismo.
Para ela, “está claro que há um problema de liderança política e falta de coordenação.