A demanda internacional por ativos financeiros americanos de longo prazo caiu em janeiro, refletindo as vendas de papéis corporativos e de órgãos do governo e a realização, pela China, de sua menor compra líquida desses papéis desde junho do ano passado.
As vendas líquidas de ações, notas e bônus americanos de longo prazo totalizaram US$ 43 bilhões em janeiro, comparativamente aos US$ 34,7 bilhões adquiridos em dezembro, disse o Departamento do Tesouro hoje em Washington. Incluindo-se papéis de curto prazo, como swaps de ações, os estrangeiros venderam um total líquido de US$ 148,9 bilhões, após terem realizado compras líquidas de US$ 86,2 bilhões no mês anterior.
A China, o maior credor do governo dos Estados Unidos, está “preocupada” com sua carteira de títulos do Tesouro dos EUA e quer garantias de que o investimento é seguro, disse na semana passada o primeiro-ministro do país, Wen Jiabao. O presidente Barack Obama está contando com a China para sustentar a compra de títulos do Tesouro em meio aos volumes recorde de vendas de valores mobiliários, para custear seu pacote de incentivo à economia de US$ 787 bilhões.
“Houve uma explosão de investidores estrangeiros que liquidaram seus investimentos em dólar dos EUA”, disse Chris Rupkey, economista financeiro-chefe do Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ Ltd. de Nova York. “Todo mundo quer repatriar seu dinheiro. Não se trata do retorno sobre o capital. A questão é conseguir de volta o capital aplicado.”
As compras líquidas de ações norte-americanas foram de US$ 1,4 bilhão em janeiro, depois das aquisições líquidas de US$ 3,9 bilhões do mês anterior.
A China continuou sendo a maior detentora mundial de títulos do Tesouro dos EUA, depois que sua carteira subiu em US$ 12,2 bilhões, para US$ 739,6 bilhões. O Japão, o segundo maior portador, informou que sua carteira cresceu US$ 8,8 bilhões, para US$ 634,8 bilhões.
Alguns economistas dizem que a diferença entre o déficit da balança comercial americana e os títulos do país adquiridos por estrangeiros é um indicador do grau de facilidade com que os EUA conseguirão financiar suas obrigações externas.