Empresas que analisaram as barragens B3/B4, em Macacos, e Forquilhas 1 e 3, em Ouro Preto, todas da Vale, não emitiram declaração de estabilidade das estruturas. Por isso, elas entraram em alerta máximo para o risco de rompimento.
O coordenador do Comitê de Resposta Imediata da Vale, Marcelo Klein, explica que o alerta mudou de nível porque as empresas que analisam as estruturas já sinalizaram que o laudo sobre elas – ainda em fase de conclusão – indicarão iminência de rompimento.
“A elevação do alerta de nível 2 para o nível 3 não ocorreu porque as barragens estão dando sinais físicos, mensuráveis, visíveis, de que elas estão em uma posição mais frágil. Essa elevação de nível de alerta ocorreu porque na fase final de conclusão nos laudos de recertificação, as empresas certificadoras sinalizaram para nós que os fatores virão abaixo de 1. Historicamente, o fator abaixo de 1 o fator é de iminência de rompimento”, disse Klein.
A Vale afirmou que não haverá novas retiradas de moradores e que não houve rompimento.
Desde 16 de fevereiro, quando a sirene foi tocada pela primeira vez em Macacos, cerca de 250 pessoas que moravam na área de autossalvamento estão fora de suas casas. A Barragem B3/B4 tem aproximadamente 3 milhões de m³ de rejeito.
Os moradores da região de Ouro Preto, que poderia ser atingida em um eventual rompimento das duas barragens, saíram de casa no dia 20 de fevereiro.
A Defesa Civil também disse que nenhuma das barragens se rompeu e explicou que o acionamento da sirene é um procedimento obrigatório em caso de elevação do risco.
“Foi acionada essa sirene para avisar que a barragem agora entrou em nível 3. Qual é a consequência disso? O nível 3 vai possibilitar que outras zonas que a gente chama de zona secundária possam ter um tratamento diferenciado, ou seja, tratamento análogo ao que aconteceu em Barão de Cocais”, disse o tenente coronel Flavio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil.
Por causa do alerta, cerca de 5 mil moradores de regiões secundárias devem ser treinados nos próximos dias para saber o que fazer e para onde ir em caso de colapso das estruturas.
São quase 2,9 mil moradores do distrito de Honório Bicalho, em Nova Lima, onde a lama chegaria em cerca de uma hora e cinco minutos; e 2,3 mil da cidade de Raposos, também na região metropolitana, onde os resíduos demorariam uma hora e 46 minutos para chegar.
Segundo a Defesa Civil, os moradores de Itabirito, vizinha a Ouro Preto, que estão em uma zona secundária, também devem ser treinados para uma situação de rompimento. Os rejeitos chegariam na cidade em cerca de uma hora e meia.