A economia brasileira, expressa em percentuais do Produto Interno Bruto (PIB), deverá crescer 4,1% neste ano e encerrar 2012 com expansão de 4,2%, segundo mostram as expectativas de 32 instituições bancárias consultadas na Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas do Mercado realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). De acordo com o economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, o cenário previsto para este ano é de um crescimento menor, se comparado com o ano passado, mas com uma taxa maior de inflação. A mediana das expectativas dos 32 bancos em relação ao IPCA no encerramento deste ano é de 6,3% e para o ano que vem, de 5,1%.
O mesmo levantamento apurou que, segundo os bancos, a taxa básica de juros, a Selic, deverá encerrar este ano em 12,5% e em 12% no final 2012. Para o câmbio, a pesquisa revela que as instituições bancárias trabalham com o dólar terminando 2011 cotado a R$ 1,62 e no ano que vem, a R$ 1,69. Na pesquisa anterior, realizada em março, as previsões em relação ao crescimento do PIB eram ligeiramente superiores ao que se verificou na rodada de projeções feita agora em maio.
Em contrapartida, as expectativas em relação à inflação subiram da pesquisa de março para o levantamento de maio, com a mediana das expectativas para o IPCA saindo de 5,8% para 6,3% em 2011 e de 4,8% para 5,1% esperados no atual levantamento da Febraban. As expectativas em relação à taxa de juros em 2011 também foram elevadas, de 12,25% em março para 12,50% agora em maio e a de 2012 saiu de 11,50% para 12%.
Fraude bancária preocupa brasileiros
Na esteira da preocupação global sobre perda de dados agravada pelo caso envolvendo a Sony, uma pesquisa feita no Brasil revela que a população nacional está muito preocupada com suas informações pessoais. Segundo o levantamento Security Index, produzido pela empresa de tecnologia Unisys e que apura os principais temores das populações sobre segurança, ter os dados bancários roubados é atualmente a maior preocupação dos brasileiros em relação às suas finanças.
Da base de 1.509 pessoas entrevistadas entre 18 e 65 anos, 86% temem ter os dados de cartões de crédito ou de débito roubados. O medo é maior entre a população com menor escolaridade – beirando os 90% -, mas fica em torno de 81% mesmo entre aqueles com Ensino Superior. “Os bancos têm hoje um dos melhores índices de governança do mundo, mas em geral, pelo fato de o usuário não se proteger devidamente, a preocupação recai sobre todo o sistema”, afirma Almir Alves, professor da FIAP.
Cade aprova compra do Panamericano pelo BTG Pactual
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra do Panamericano pelo BTG Pactual. A operação foi anunciada no fim de janeiro e custou ao BTG R$ 450 milhões. De acordo com o conselheiro Olavo Chinaglia, a concentração de mercado gerada pela compra é inferior a 10% e não representa riscos para a concorrência, mesmo considerando o aumento de participação de mercado da Caixa Econômica Federal, uma das sócias do Panamericano. Além do pagamento de R$ 450 milhões pelo BTG, a operação de compra do banco do apresentador Sílvio Santos envolveu o empréstimo adicional de R$ 1,5 bilhão pelo Fundo Garantidor de Crédito ao Panamericano. Em novembro, o fundo já havia emprestado R$ 2,5 bilhões, recursos necessários para evitar a quebra da instituição financeira.
Governo prepara política de incentivo ao microcrédito
O governo está preparando novas medidas para incentivar o microcrédito. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, a ideia é estimular os bancos a emprestarem recursos a brasileiros que queiram investir em pequenos negócios. As instituições financeiras são obrigadas hoje a destinar 2% de todos os depósitos à vista ao microcrédito. No entanto, a maior parte desse dinheiro – que chega a R$ 3 bilhões – é tomada por pessoas físicas para consumo.
“É importante que haja no Brasil a recuperação de uma política de microcrédito produtivo orientado”, disse Holland. Segundo o secretário, o ideal seria que o microcrédito fosse dirigido aos chamados microempreendedores individuais (pessoas que trabalham por conta própria) e também aos beneficiários do programa Bolsa Família. Para os bancos, a vantagem de conceder recursos para investimentos é a redução da inadimplência.
A nova política deve ser concluída até o final do primeiro semestre. Segundo o secretário, o governo também está fechando os detalhes finais da segunda fase da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Nos bastidores da área econômica, o novo programa está sendo chamado de Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC).
Entre as ações está a flexibilização das regras para a devolução mais rápida de créditos tributários aos exportadores. Os critérios exigidos hoje pelo governo dificultam a obtenção desses recursos. Além disso, o governo ainda não resolveu o problema do estoque de créditos que está acumulado nas mãos dos empresários e que soma hoje cerca de R$ 20 bilhões. Segundo Holland, entre as alternativas que estão sendo discutidas para a PDC está a possibilidade de o governo devolver esse estoque mais rapidamente.
Internet já representa 23% do movimento bancário brasileiro
As transações eletrônicas pelo internet banking já representam 23% dos 56 bilhões de movimentações bancárias realizadas ao longo do ano passado. Os números da Febraban mostram o avanço de 27% na utilização da internet pelos correntistas na comparação com 2009. No total, foram 12,8 bilhões de transações em 2010, um recorde histórico, contra 10,1 bilhões no ano anterior.
A pesquisa da Febraban mostra ainda o avanço rápido do número de transações utilizando celulares e outros aparelhos móveis como smartphone e tablets, que somaram 2,2 milhões de contas, ou alta de 71,4% em relação a 2009. Já os caixas eletrônicos, conhecidos também por ATMs, mantiveram a liderança como os mais utilizados pelos correntistas, com 17,8 bilhões de operações, ou 31,9% do total.
“O crescimento do uso da internet e a consolidação dos caixas eletrônicos mostram que os bancos estão se mobilizando para oferecer serviços onde o cliente estiver”, avaliou Gustavo Roxo, responsável pela pesquisa da entidade. Na contramão desse crescimento, a emissão de cheques continuou em queda em 2010, com redução de 9%, de 1,2 bilhão para 1,1 bilhão no ano passado. O número de agências bancárias também caiu em relação a 2009, de 20 mil para 19,8 mil em todo o País.