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18 de abril de 2024Os principais bancos privados brasileiros revisaram para cima suas projeções da taxa básica de juros (Selic) e do PIB em 2010. O mais moderado até o momento é o Bradesco que manteve a projeção da Selic em 11% até o fim do ano, ao passo que o mais agressivo é o Citibank, que aponta a Selic em 12,75% em dezembro e em 13,25% em janeiro de 2011. Economistas afirmam que a projeção feita pelos bancos é exagerada, tanto para o crescimento quanto para a Selic.
Quanto à economia brasileira, o Itaú Unibanco passou a avaliar dois cenários. “O Itaú Unibanco trabalha com um cenário básico com crescimento de 7,5% do PIB e 4,5% para o ano que vem, e também com uma possibilidade de cenário mais pessimista que leva em conta a deterioração da Europa no segundo semestre”, esclarece o economista-chefe do Itaú Unibanco, Aurélio Bicalho.
Na opinião de Bicalho, o agravamento da crise europeia pode afetar três pilares do crescimento: “A confiança dos empresários em investir, a demanda externa e o crédito”, enumera Bicalho.
“Se a Europa não cresce, o mundo cresce menos, e isso diminui as importações”, argumenta Bicalho, a respeito da demanda externa de produtos brasileiros. “O canal de confiança é muito importante: sem confiança, os empresários brasileiros podem reduzir ou retardar investimentos”, avalia o economista-chefe do Itaú Unibanco.
Ainda em sua análise, ele aponta o fator de contágio da crise europeia. “O crédito é o canal de transmissão se um cenário pessimista se apresentar no segundo semestre”, alerta Bicalho. O Itaú Unibanco trabalha com a projeção de Selic em 11,75% no fim do ano, com inflação de 5,5%.
A economista do Grupo Santander Tatiana Pinheiro está mais otimista em relação à influência da crise europeia. “Não parece o caso, talvez só haja efeitos marginais”, diz a economista.
Tatiana detalha esses efeitos. “O que pode acontecer é um efeito na balança comercial, com menos exportações”, cita Pinheiro como primeiro exemplo.
“Vai haver maiores remessas de dividendos das multinacionais a suas matrizes europeias”, aponta Pinheiro, e completa: “O investimento direto deve diminuir um pouco, mas não muito”, avalia, em tom otimista.
O Santander revisou sua projeção do PIB, de 6,3% do penúltimo relatório para atuais 7,8%, a maior dentre os bancos consultados.
Questionada se a crise europeia afetaria as linhas internacionais de crédito, manteve a visão positiva. “A princípio, não. O que pode acontecer é que as empresas renovem as linhas num preço maior. As linhas ficariam mais caras por algum tempo, mas não seriam interrompidas, como na crise anterior de 2008”, concluiu Tatiana Pinheiro. Para o próximo ano, o Santander projeta o PIB em 4,5% com inflação de 5%, e a Selic em 12%.
O economista-chefe do Citibank Brasil Marcelo Kfoury trabalha com as projeções mais altas para a Selic e a inflação. “Vemos mais duas altas de 0,75% e outras três altas de 0,50% pelo Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central], com a Selic em 12,75% em dezembro e em 13,25% em janeiro de 2011 por conta de uma inflação de 5,8% em 2010”, prevê Kfoury.
Na opinião dele, a economia vai crescer 7,6% sem influência da crise europeia. “A crise econômica na Europa não vai desacelerar o PIB brasileiro”, afirma.
“O que pode ocorrer é uma diminuição do investimento direto, e teremos algo raro: o déficit em conta corrente será maior que a entrada de recursos”, aponta o economista-chefe do Citibank, Marcelo Kfoury. Para 2011, o Citibank Brasil calcula um PIB de 4,0% com IPCA de 4,7% e uma Selic estável em 13,25%.
O professor de Economia das Faculdades Integradas Rio Branco, Carlos Eduardo Ctempniewski, analisou para o DCI as projeções das instituições financeiras.
“É como a fábula da raposa e das uvas, de La Fontaine. No caso, a Selic são as uvas”, contextualizou Ctempniewski.
“O interesse dos bancos está em mostrar que a economia está aquecida”, avaliou o professor.
Ele explicou sua argumentação: “Com a alta da Selic, o desembolso efetivo de caixa da União será de R$ 130 bilhões pagamento de juros da dívida interna”, argumentou.
Para o professor, a economia brasileira também vai crescer, mas não no ritmo apontado pelos bancos. “É uma estimativa ótima, o Brasil vai crescer entre 5% e 6% em 2010”, concluiu o professor Ctempniewski, das Faculdades Integradas Rio Branco.