conselheiro Fernando de Magalhães Furlan, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), declarou-se na sexta-feira oficialmente impedido de avaliar a aquisição da Sadia pela Perdigão, que criará a BRF-Brasil Foods.
O conselheiro respondeu a um questionamento feito pelo Valor Online na segunda-feira, dia 18, sobre grau de parentesco com o ex-ministro Luiz Fernando Furlan e a postura que adotaria caso se deparasse com a situação de votar a eventual união das empresas, que até então ainda não havia sido formalmente anunciada. O ex-ministro é hoje presidente do conselho de administração da Sadia.
Na resposta enviada sexta-feira, o conselheiro esclarece que é primo-irmão de Furlan, parente de 4º grau. A assessoria de imprensa do Cade havia informado na terça-feira que os pais do conselheiro e do ex-ministro é que eram primos.
De qualquer forma, pelo regimento do Cade isso não configura limitação para uma eventual participação no julgamento do caso, que prevê impedimento para relação parental de até 3º grau. Isso já havia sido esclarecido em matéria publicada na quarta-feira pelo Valor Online e reproduzida no dia seguinte na edição impressa do Valor .
O conselheiro concorda que não haveria razão legal para seu impedimento no caso, por conta do grau de parentesco com o ex-ministro. “Contudo, como o meu tio [pai do ex-ministro] é acionista da Sadia, eu me declararei impedido, aliás, como fiz nos 4 casos julgados pelo Cade enquanto tenho estado conselheiro e que envolviam a Sadia”, afirma a nota de Fernando de Magalhães Furlan.
Ele acrescenta ainda que, mesmo que não houvesse o parentesco, se declararia impedido no caso por ter trabalhado como chefe de gabinete de Furlan na pasta de Desenvolvimento de 2003 a 2005, onde continuou no Departamento de Defesa Comercial até o ano passado.
Na sexta-feira, a ação da Sadia (PN) fechou cotada em R$ 5,01, alta de 0,80%. A da Perdigão (ON) fechou em R$ 38,30, queda de 0,31%