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18 de abril de 2024A Lava-Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou o ex-senador e atual presidente do MDB, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado pelo envolvimento em esquema de corrupção mantido na subsidiária da Petrobras.
Segundo a denúncia, Jucá recebeu pagamentos ilícitos de pelo menos R$ 1 milhão em 2010 em razão de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.
Segundo a força-tarefa, a Galvão Engenharia – em razão de contratos e aditivos mantidos na Transpetro e \”com o objetivo de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal\” – efetuava o pagamento de propinas de 5% do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras \”a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado\”, então presidente da estatal.
A denúncia aponta que Machado foi indicado e mantido no cargo por Romero Jucá e integrantes do MDB e tinha \”a função de arrecadar propinas para seus padrinhos políticos\”. Segundo o MPF, em contrapartida ao pagamento de propinas pelas empresas, Sérgio Machado, \”garantiria às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuros convites para licitações\”.
O pagamento da propina pela Galvão Engenharia teria sido disfarçado por meio de doação eleitoral oficial de R$ 1 milhão. Segundo a denúncia, em junho de 2010, a empresa efetuou o repasse \”desses subornos\” para Romero Jucá ao Diretório Estadual do PMDB no Estado de Roraima. \”As propinas, assim, irrigaram a campanha de reeleição de Jucá ao Senado, bem como as campanhas do filho e de ex-esposa para o Legislativo\”, diz o MPF.
As investigações indicam que a Galvão Engenharia \”não tinha qualquer interesse em Roraima que justificasse a realização da doação oficial, a não ser o direcionamento de propinas para Romero Jucá\”.
A força-tarefa Lava-Jato em Curitiba já ofereceu cinco denúncias relativas ao esquema de corrupção na Transpetro. Segundo o Ministério Público Federal, o esquema de corrupção investigado perdurou pelo menos até 2014, favorecendo empresas que pagavam vantagens indevidas ao então presidente da estatal, Sérgio Machado, e políticos responsáveis por sua manutenção no cargo.
A reportagem está tentando contato com o ex-senador Romero Jucá, com Sérgio Machado e com representantes da Transpetro e da Galvão Engenharia. O espaço está aberto para as manifestações de defesa.