MP denuncia Youssef e mais 4 por fraude em precatório no MA
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3 de dezembro de 2015Um relatório da Receita Federal apontou que há indícios de que três filhos do pecuarista José Carlos Bumlai, preso na 21ª fase da Operação Lava Jato, têm “variação patrimonial a descoberto” que supera R$ 160 milhões. Isso significa que o patrimônio não condiz com a renda declarada. O pecuarista tem um quarto filho, que não faz parte deste relatório.
O advogado Ricardo Berenguer, que representa os filhos do Bumlai, afirmou que tudo foi declarado e que não há irregularidades. Ele mencionou que boa parte deste do dinheiro teve origem na venda de uma fazenda, que era o grande patrimônio da família.
Bumlai foi detido por ser suspeito de ter praticado tráfico de influência no empréstimo de R$ 60 milhões do Banco Shahin no BNDES. Nas investigações relacionadas à Lava Jato, ele é suspeito de ter adquirido empréstimos junto ao Banco Shahin que foram perdoados ilegalmente.
Em contrapartida, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), empresa ligada ao grupo Shahin conquistou, sem licitação, um contrato de operação de navio-sonda na Petrobras.
De acordo com o documento, caso confirmadas as suspeitas, os irmãos podem ter omitido das autoridades recursos/rendimentos. Além disso, existem dúvidas quanto à origem do dinheiro, ainda conforme o relatório. O auditor responsável destacou que a análise é preliminar e que é necessário aprofundá-la.
Os filhos Fernando Bumlai, Cristiane Bumlai e Maurício Bumlai são sócios de empresas de logística e geração de energia.
Segundo a Receita Federal, eles também têm parceria na titularidade de vários imóveis e propriedades rurais e na exploração da atividade agropecuária.
O relatório afirma que os acréscimos patrimoniais foram justificados pelos filhos de Bumlai com rendimentos da atividade agropecuária, lucros das empresas e doações em dinheiro supostamente feitas pelo pai.
O auditor ainda cita que foram realizados “supostos empréstimos de longo prazo entre os mesmos, aparentemente utilizados para simular recursos, pois alguns baixados após 5 anos”.
O maior montante a descoberto é de Maurício Bumlai – mais de R$ 129 milhões. Em 2004, ele tinha R$ 3.866.175,42 em patrimônio declarado. No final de 2012, o valor chega à casa dos R$ 273.802.009,08. No caso de Fernando Bumlai, a variação de patrimônio foi de R$ 3.281.766,72, em dezembro de 2004, para R$ 59.221.428,07, no encerramento de 2012.
No mesmo período, Cristiane Bumlai teve o patrimônio ampliado de R$ 3.210.746,91 para R$ 59.389.543,59. O relatório destaca a semelhança das análises do patrimônio de Fernando e Cristiane Bumlai e afirma estar relacioanda a emrpéstimos entre os irmãos.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir a prisão temporária para dois filhos de Bumlai quando foi deflagrada a 21ª fase da Lava Jato. O pedido, porém, foi negado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato na primeira instância.
Ele considerou que apesar de haver provas do envolvimento deles, já que administravam as empresas familiares e subscreveram parte dos documentos supostamente fraudados dos empréstimos e da quitação, os delatores não mencionaram o trio nas negociações criminosas.
