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13 de novembro de 2014A decisão do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), de acatar o pedido das centrais sindicais de 16% de aumento para o salário mínimo regional em 2015 não foi bem recebida pelo setor empresarial. Duas entidades que representam os segmentos de indústria e comércio divulgaram nota condenando a atitude e alegando que a medida causará problemas à economia estadual, que já está enfraquecida pelos efeitos do cenário macroeconômico nacional e internacional. Mais de 1 milhão de gaúchos têm seus ganhos definidos pelo mínimo regional.
Na terça-feira, 11, a menos de dois meses do fim do mandato, Tarso reuniu deputados estaduais e representantes de centrais sindicais para anunciar a proposta, enviada em regime de urgência para a Assembleia Legislativa e que deverá ser votada em até 30 dias. A valorização do mínimo regional tem sido uma das bandeiras do atual Executivo estadual. O porcentual de reajuste de 16% é o maior desde 2002. Em 2013, por exemplo, o índice autorizado foi de 12,7%. Este ano, a aprovação do projeto na Assembleia é vista como uma meta difícil de ser alcançada.
Em comunicado o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, afirmou que a alta do mínimo regional não teve contrapartida no crescimento econômico e na criação de empregos formais para o total da economia gaúcha nos últimos anos. Segundo ele, no acumulado de janeiro a setembro, a geração média de postos de trabalho ao ano, entre 2007 e 2010, foi de 83,8 mil, enquanto no período de 2011 a 2014 este número caiu para 76,2 mil. “O reajuste proposto coloca em risco a já debilitada economia gaúcha”, disse.
A Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) pediu o “fim da intervenção do governo na economia”, ao entender que não cabe ao Executivo estadual apresentar índices de reajuste neste patamar, sob o risco de provocar desemprego e uma “reação em cadeia”, já que o aumento, se aprovado, servirá de parâmetro para os dissídios das categorias. De acordo com a presidente em exercício da Federasul, Simone Leite, o empresariado não terá outra alternativa senão intensificar as demissões, já que não poderá repassar os 16% para seus produtos devido à queda nas vendas e à pressão inflacionária.
O governo estadual, na contramão, defende que o piso regional movimenta a economia gaúcha. A proposta de reajuste de 16%, comemorada pelas centrais sindicais, eleva a primeira faixa salarial de R$ 868,00 para 1.006,88. Se o texto passar na Assembleia, o governo de Tarso Genro cumprirá o compromisso de valorização do piso regional assumido no início do mandato, recuperando a diferença de 28% acima do salário mínimo nacional.
