O Banco do Japão, banco central do país, não irá financiar os gastos do governo, mas já excedeu os limites autoimpostos de compras de ativos e continuará a fazer isso, disse o novo presidente da entidade nesta quinta-feira, em um sinal de que pretende cumprir as promessas de uma política renovada.
Haruhiko Kuroda também disse a parlamentares que está avaliando comprar títulos do governo de prazo mais longo para acabar com 15 anos de deflação, reforçando as expectativas de que a nova liderança do BC usará a reunião da próxima semana para lançar sua campanha de afrouxamento radical.
“Já quebramos essa regra e as compras de ativos vão superar as notas bancárias em circulação ainda mais no futuro”, disse Kuroda a parlamentares no Senado, uma semana depois de assumir o cargo.
Haruhiko Kuroda: limite de compra de ativos estourou mas governo seguirá com os aportes financeiros (Reuters) Haruhiko Kuroda: limite de compra de ativos estourou mas governo seguirá com os aportes financeiros (Reuters)
A regra limita o BC a deter notas de longo prazo no valor das notas bancárias em circulação, e é visto como uma maneira de impedir que ambas as compras de dívida saiam do controle.
Entretanto, os esquemas de compras de títulos do BC tornaram-se tão complexas ao longo dos anos que garantir o cumprimento da regra não é mais algo prático, dizem economistas.