Foi divulgado pela FIESP pesquisa realizada Que aponta que em 2013 os investimentos serão -8% menores no ano de 2013, em relação aos já miúdos números de 2012. A pesquisa foi realizada entre 1 mil empresas brasileiras, representativas dos mais diversos setores de nossa economia.
Para piorar informação, ainda há que se considerar que os dados comparativos de 2012 foram inflados pelo falso dado de crescimento que levou em consideração que a corrida pela aquisição de caminhões fora investimento em 2012, quando é notório que o fato decorreu do desespero/corrida as compras, pelos usuários que quiseram evitar a compra de caminhões mais caros, com nova tecnologia, que só pode utilizar diesel mais caro, em face da tecnologia antipoluente.
Poucos sabem, mas o sistema estatístico governamental, quase argentino, leva em consideração – para divulgar que houve crescimento no investimento – os dados relativos a compra de caminhões durante o ano, desconsiderando que isto só tenha ocorrido como defesa de um setor espoliado.
O dado da queda do investimento é assustador, tanto que o presidente da FIESP mandou auditar sua própria pesquisa.
É uma pena que o presidente da FIESP perca seu tempo com esta auditoria.
Basta ele verificar que “importantes projetos químicos e petroquímicos nacionais estão parados. Os elevados custos de produção têm levado as indústrias do setor a se desfazer de ativos, fechar unidades produtoras e até adiar investimentos. O principal projeto anunciado – o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) – foi empurrado para 2014. Para piorar o cenário, tradicionais empresas químicas do país, como a Unigel, decidiram paralisar unidades. Um levantamento feito pelo Valor mostra que pelo menos US$ 8 bilhões em projetos estão engavetados. ”
“O maior problema são os altos custos da matéria-prima [gás natural e nafta] no país”, disse Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Os custos de produção no país são, em média, 25% mais altos do que na Ásia e nos Estados Unidos, por exemplo. E são dos países asiáticos o maior volume importado de transformados plásticos. “O setor sofre uma concorrência desleal.” Em 2012, a balança comercial do setor encerrou com déficit recorde de US$ 28,1 bilhões. A expectativa para este ano não é nada otimista: o rombo deverá superar os US$ 30 bilhões, segundo a Abiquim.
Maior petroquímica das Américas, a Braskem está mais cautelosa com os investimentos. A companhia decidiu deixar para 2014 a decisão sobre os aportes e o formato do Comperj. A construção desse polo petroquímico está avaliado em pelo menos US$ 5 bilhões. O grupo poderá ter a Petrobras como sócia, mas essas definições só serão tomadas em reunião do conselho de administração no ano que vem. Nesse polo está previsto a construção de unidades produtoras de polipropileno (PP), com capacidade anual de 900 mil toneladas; polietileno (PE), com 960 mil toneladas/ano; 400 mil toneladas de estireno; butadieno (154 mil toneladas/ano), além de benzeno e p-xileno. O complexo conta ainda com a construção de duas refinarias, já em andamento.
A Braskem informou que tem todo o interesse no Comperj. O fato de a decisão ter sido postergada para 2014 não significa que haverá atraso no cronograma. Fontes ouvidas pelo Valor afirmam que a falta de competitividade da matéria-prima torna o projeto inviável economicamente. O gás natural deverá ser a principal matriz desse polo. Só para ter uma ideia, o custo do gás natural no Brasil é cinco vezes maior que nos EUA, cuja cotação está em torno de US$ 3 por milhão de BTU (British Thermal Unit, ou Unidade Térmica Britânica)
As grandes companhias químicas globais voltaram suas atenções para os EUA, após as descobertas de reservas de “shale gas” (gás de xisto) que tornam os preços do gás natural mais competitivos (ver matéria ao lado). “Antes do ‘shale gas’ nos EUA, o gás natural do Oriente Médio já estava mais competitivo”, afirmou Otávio Carvalho, diretor da consultoria Maxiquim.
Considerada a nova tendência do setor, a produção de plástico “verde” no Brasil, com o etanol como principal matéria-prima, também está congelada. A Braskem, a pioneira nessa empreitada, com uma planta de polietileno verde em Triunfo (RS), deixou em “stand-by” outras duas fábricas com a mesma finalidade – uma de polipropileno e sua segunda unidade de polietileno. A americana Dow Chemical e a japonesa Mitsui, que são sócias no complexo de Santa Vitória, em Minas Gerais, anunciaram no início deste ano que paralisaram as obras. Avaliado pelo mercado em US$ 1,5 bilhão, esse complexo teve sua primeira fase, que contempla o cultivo de cana em uma área de 20 mil hectares, concluída. Mas a segunda etapa, que prevê a implementação da indústria, está parada, por conta do aumento dos custos dessas obras.
Tradicionais empresas do setor também foram golpeadas pelo cenário crítico das indústrias químicas. Foi o caso do grupo nacional Unigel, que possui 15 unidades produtoras no Brasil e no México. Em recente entrevista ao Valor, a companhia admitiu que considera vender parte de seus ativos – a empresa atua nos segmentos de especialidades químicas, fertilizantes, plásticos e embalagens. O Valor apurou que a companhia decidiu paralisar uma de suas fábricas de poliestireno. A unidade de São José dos Campos (SP) está parada e toda a o produção desse insumo será concentrada na unidade do Guarujá (SP). A empresa informou que a unidade poderá ser reativada em breve para a produzir, no entanto, outro tipo de resina (o ABS).
Outra importante companhia, o grupo Peixoto de Castro, do Rio de Janeiro, poderá paralisar a produção de metanol, informaram fontes do setor ao Valor. Procurada, nenhum porta-voz foi encontrado para comentar o assunto. A belga Solvay também decidiu colocar à venda suas fábricas de PVC no Brasil e na Argentina.
Desde o ano passado, as indústrias químicas negociam em Brasília um pacote de incentivos ao setor. “O governo já anunciou a redução dos custos com energia, item considerado.
Enquanto isto, graças a Deus, mesmo atrasados, o governo Brasileiro investe pesado nos superfaturados estádios de futebol. Afinal, o Papa é Argentino, mas Deus é Brasileiro. E diversão para povo sempre foi um bom negócio, diziam os Imperadores Romanos!
Édison Freitas de Siqueira, presidente do Instituto de Estudos Econômicos e dos Direitos dos Contribuintes