O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) denunciou o bispo
Edir Macedo e três pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus
(Iurd) por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
A Justiça Estadual de São Paulo já tinha aceitado denúncia contra o
fundador e líder da igreja neopentecostal em 2009, mas o processo foi
encaminhado à Justiça Federal devido à natureza dos crimes.
A nova denúncia do MPF usa elementos da acusação do Ministério Público
paulista e inclui informações novas, como a participação de doleiros no
esquema criminoso. Outra diferença entre as denúncias é a redução do
número de acusados, de dez para quatro. De acordo com a assessoria do
MPF-SP, os seis suspeitos que ficaram fora da acusação do MPF continuam
sendo investigados pela Polícia Federal.
Além de Edir Macedo, foram denunciados o ex-deputado federal João
Batista Ramos da Silva (que foi detido com R$ 10 milhões no Aeroporto de
Brasília, em 2005), o bispo da Iurd Paulo Roberto Gomes da Conceição e a
diretora financeira Alba Maria Silva da Costa. Eles responderão por
lavagem de dinheiro, estelionato, falsidade ideológica, evasão de
dividas e formação de quadrilha.
De acordo com o procurador Sílvio de Oliveira, o grupo cometia
estelionato contra os fiéis da Iurd, oferecendo “falsas promessas e
ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria
aqueles que se sacrificassem economicamente pela igreja”.
O procurador só denuncia crimes ocorridos entre 1999 e 2005, uma vez que
foi só em 1998 que o crime de lavagem de dinheiro passou a integrar o
ordenamento jurídico brasileiro. No entanto, ele cita vários episódios
anteriores a esse período para explicar a estruturação do grupo e como o
esquema foi montado.