Petrobras espera por definição

A Petrobras prefere aguardar o posicionamento de um provável novo governo na Líbia para definir se retomará ou não suas atividades de exploração no país. No fim de fevereiro, a estatal retirou todos os funcionários quando a revolta popular se intensificou. “Se vamos continuar ou não, depende do governo local. Não podemos dizer nada ainda”, afirmou ontem o presidente da estatal brasileira, José Sergio Gabrielli.

Ele não acredita que o eventual retorno da produção de petróleo na Líbia resulte em grandes desequilíbrios na oferta global ou em pressão sobre os preços. “Será relativamente pequeno o impacto porque são 2 milhões de barris por dia, que é mais ou menos a produção do Brasil”, disse. Gabrielli acrescentou que o petróleo líbio é especial, mais leve, muito usado nas refinarias europeias.

Bancos de investimento reduziram ontem suas projeções para os preços do petróleo, citando como principais fatores o retorno da produção líbia e a fraca atividade econômica nos Estados Unidos e na Europa. Ontem, a cotação fechou em alta, atingindo US$ 85,44 o barril do tipo light em Nova York e US$ 109,31 o brent em Londres. Analistas não se arriscaram a especular quando a produção líbia vai voltar.

Na avaliação de Gabrielli, a demanda mundial está crescendo em função dos mercados emergentes. “A procura não cresce no Japão e nos EUA, mas aumenta na China, na Índia, no Brasil, nos antigos países da União Soviética, na América Latina e na África.”