Socialists ousted in Portugal election
6 de junho de 2011Brazil currency weakens after key official resigns
8 de junho de 2011O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, arquivou nesta
segunda-feira, 6, pedidos da oposição para que o Ministério Público
investigasse criminalmente o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. As
representações tinham como base informação veiculada pela imprensa
segundo a qual o patrimônio de Palocci teria aumentado pelo menos 20
vezes entre 2006 e 2010. Mas o “nada consta” ainda não significa um
atestado de sobrevivência política. Na noite desta segunda, a presidente
Dilma Rousseff discutia com auxiliares a manutenção do ministro no
cargo.
m nota divulgada à noite, Palocci demonstrou a intenção de permanecer
no governo. “Entreguei à Procuradoria-Geral da República todos os
documentos relativos à empresa Projeto. Espero que esta decisão
recoloque o embate político nos termos da razão”, disse o ministro, que
alegou ter aumentado seus rendimentos a partir da prestação de
consultoria a empresas.
Chefe do Ministério Público Federal,
Gurgel está no cargo há quase dois anos. Foi indicado pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e poderá ser reconduzido em breve por Dilma.
Gurgel disse que após analisar as representações, reportagens
veiculadas nos últimos dias e as alegações de Palocci decidiu que não há
indícios de prática de crime: “Não é possível concluir pela presença de
indício idôneo de que a renda havida pelo representado como
parlamentar, ou por intermédio da Projeto, adveio da prática de delitos
nem que tenha usado do mandato de deputado federal para beneficiar
eventuais clientes de sua empresa perante a administração pública”.
Alívio. A presidente Dilma Rousseff comentou nesta
segunda com auxiliares que estava aliviada, porque o pronunciamento da
Procuradoria afasta os questionamentos jurídicos. Ao mesmo tempo, ela
parecia angustiada com o futuro, visto que a manutenção do titular da
Casa Civil aumentará a impressão de que só faz o que determina o
ex-presidente Lula. E Lula foi o padrinho da nomeação de Palocci.
O governo e os petistas estão divididos em duas alas. A primeira
defende a permanência de Palocci sob o argumento de que se o mais
poderoso ministro do governo sair na primeira crise, outras futuras
terão consequências nefastas. Há também os que pensam o contrário: a
saída de Palocci traz alívios para o governo e melhora o clima na base.
Também de acordo com informações de auxiliares da presidente, um
script combinado entre Dilma e Lula previa a saída de Palocci após o
“nada consta” da PGR. Mas, ao se ver livre de amarras jurídicas, o
ministro mudou de ideia e mostrou que quer ficar. Ele prometeu procurar
os partidos aliados e garantir que todas as pendências de nomeações
seriam resolvidas.
Improbidade. A decisão de Gurgel aborta, na
ausência de fatos novos, a abertura de inquérito criminal contra Palocci
por tráfico de influência. Mas ele continua alvo de investigação por
improbidade administrativa na Procuradoria da República no DF.
