A desaceleração da atividade econômica no Brasil durou seis meses e junho foi, possivelmente, o mês que marcou o fundo do poço para o País, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que na sexta-feira divulgou seu relatório Indicadores Compostos. Estes indicadores servem para indicar a tendência de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no horizonte de um semestre.
Conforme o relatório, entre as economias em desenvolvimento, China e Índia mostraram os sinais mais claros de retomada, enquanto Brasil e Rússia ainda têm um caminho a percorrer. Segundo a OCDE, Brasil e Rússia podem ter experimentado um “possível ponto mais baixo” no ciclo econômico, enquanto a China e a Índia já experimentaram o ponto mais baixo.
O Brasil, especificamente, melhorou em 0,4 ponto seu desempenho, embora permaneça abaixo do nível médio de 100 pontos. A atual pontuação do País, 95,8, é quase igual à de fevereiro: 95,9. Pelo método da pesquisa, curvas ascendentes abaixo da linha média de 100 pontos são interpretadas como “retomada” da atividade em um futuro próximo, de quatro a oito meses. Segundo a OCDE, os indicadores “apontam fortes sinais de melhora na perspectiva econômica” e para as grandes economias em desenvolvimento também sugerem uma retomada no crescimento.
reversão. Para o conjunto de países integrantes da OCDE, o relatório considera que a trajetória decadente da economia foi, aparentemente, revertida em junho. O índice dos países que compõem a organização subiu para 95,7 em junho, de 94,5 em maio, no quarto mês consecutivo de aumento.
Os indicadores da China e da Índia estão apenas 3,7 e 3,4 pontos, respectivamente, abaixo dos níveis de junho de 2008. Último a mergulhar na curva de desaceleração, diagnosticada no estudo de fevereiro – relativo a dados de dezembro -, o Brasil teria sido, junto da Rússia, também o último dos grandes países emergentes a tocar o fundo do poço.
O índice dos EUA subiu para 93,9, de 92,7 em maio, no quarto mês seguido de alta. O índice da Zona do Euro aumentou para 98,7, de 97,2 em maio, enquanto o do Japão avançou para 89,5, de 89,2. Em algumas economias, os índices estão em níveis acima do que estavam em igual mês do ano passado, um sinal de que estão em recuperação. O índice da França está 2,7 pontos acima do nível de junho de 2008, enquanto o da Itália está 4,8 pontos acima.