Na tentativa de recuperar espaço político, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) já se movimenta de olho na tendência de fortalecimento da candidatura da oposição na disputa presidencial de 2010. Em uma articulação que obteve sinal verde do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), graças à ajuda do prefeito tucano de Duque de Caxias, José Camillo Zito, Garotinho negocia para entrar no PSDB e se tornar candidato da legenda ao governo do Estado do Rio em 2010.
Não é por acaso que o ex-governador recorre ao prefeito de Caxias em busca de uma nova ponte com o PSDB. Zito é hoje um dos políticos mais influentes na Baixada Fluminense. Prefeito de Caxias pela terceira vez, o tucano venceu, em primeiro turno, o candidato do PMDB, Washington Reis, que tinha o apoio do presidente Lula e do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Um dirigente do PMDB conta que correligionários de Garotinho atuaram nos bastidores para despejar votos em Zito, ajudando a derrotar o afilhado do governador.
Garotinho também está em conversações com o PTB. Ele trabalha para construir uma alternativa partidária porque está cada dia mais espremido no PMDB, entre a força de Cabral e a nova liderança do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Embora desgastado politicamente, ainda controla um bom número de votos no interior do Rio. Sua mulher e também ex-governadora Rosinha Matheus é a nova prefeita de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. O movimento do casal em direção aos tucanos vem de longe.
No segundo turno da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PMDB fluminense rachou: enquanto Cabral ficou com Lula, Garotinho e Rosinha apoiaram o tucano Geraldo Alckmin. O último aceno ao PSDB foi no primeiro semestre do ano passado, quando o ex-governador chegou a procurar o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), buscando nova aproximação.
\”Não excluo a possibilidade de conversa com Garotinho, mas não há nada de concreto no partido em relação a isso\”, afirma o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). \”Não é a primeira tentativa de aproximação, mas, até hoje, nem o governador Garotinho nem ninguém dele teve entendimento conosco.\”