Foi lançado na última quarta-feira (10), no Reino Unido, um relatório que mostra o impacto da atividade de 35 grandes empresas sobre a floresta.
O documento, elaborado pela organização Forest Footprint Disclosure, calcula a “pegada florestal” de empresas que usam commodities ligadas às florestas e que podem pressionar o avanço do desmatamento, como soja, carne, couro, madeira e biocombustíveis, segundo a Agência Brasil.
O levantamento tem como objetivo subsidiar a escolha de produtos com garantia de origem e sustentabilidade na cadeia produtiva. A iniciativa lembra o relatório A Farra da Boi na Amazônia, lançado em 2009 pelo Greenpeace, que fez com que grandes redes de supermercados rompessem contratos com frigoríficos que não comprovaram que os bois eram criados em áreas não desmatadas.
Companhias
Entre as 217 companhias que foram consultadas, apenas 35 atenderam o pedido de enviar informações sobre o impacto que causavam sobre a floresta.
De acordo com a organização, o baixo índice de respostas aponta que há falta de conhecimento sobre a relação direta entre desmatamento e mudanças climáticas.
Além disso, os investidores ainda não adotam a diminuição do impacto que as empresas causam sobre as florestas como requisito para a mudança para uma economia de baixo carbono.
O relatório ainda aponta que há empresas que investem em publicidade ambiental, mas não aplicam sustentabilidade na prática.
Brasil
A organização convidou 19 empresas brasileiras, entretanto, somente duas apresentaram informações sobre o impacto que causam.
O País é citado na análise da “pegada florestal” do setor agropecuário e da soja. O relatório defende a necessidade urgente de um sistema de certificação para carne bovina, para impedir que bois do desmatamento sejam exportados.