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18 de abril de 2024As medidas fiscais anunciadas ontem pelo governo são positivas, mas deverão ter impacto limitado para impedir a desaceleração da atividade econômica esperada para os próximos meses, avaliam economistas. De acordo com a expectativa dominante, o grau de incerteza na economia é tão elevado que o consumidor tende a manter a cautela, tomando muito cuidado antes de realizar novas compras ou contrair novas dívidas.
Para a economista Fernanda Feil, da Rosenberg & Associados, as medidas são tímidas, embora sejam positivas. Ela acredita que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, a nova tabela de Imposto de Renda para a Pessoa Física e a queda da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não vão levar a um aumento significativo do consumo. A diminuição do IPI reduzirá os preços dos veículos, mas a questão é que pioraram as condições de crédito – o fator que realmente provocou o boom de consumo de automóveis nos últimos anos, afirma Fernanda. Com prazos menores e a exigência de uma entrada maior nos financiamentos, fica mais difícil comprar um carro, ainda que o preço fique um pouco mais baixo. A Rosenberg projeta crescimento de 1,5% em 2009, e não deve alterar a previsão em função do pacote.
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, se mostra cético quanto ao impacto do pacote. Para ele, num cenário de forte queda da confiança, a redução do IR para a pessoa física não deve se materializar em novos gastos. A grande preocupação neste momento é com o emprego, o que tende a fazer com que o consumidor use o dinheiro extra para pagar dívidas antigas, e não para entrar em novos financiamentos.
O economista Fábio Silveira, da RC Consultores, afirma que as medidas atenuam o movimento de desaceleração da economia, mas não impedem que a produção industrial apresente uma redução significativa em seu ritmo de expansão. \”O crescimento da indústria automobilística pode passar de 1% para 1,5% ou 2% em 2009, mas não vai manter os 11% deste ano.\” Silveira considera que a redução da alíquota do IOF e a criação de faixas para o IR devem compensar parte da desaceleração no crescimento da massa real de salários, que neste ano cresce 7% e em 2009 deve ter aumento de 1,5%. \”Com essas medidas esse crescimento pode ir a 2%. Será um efeito marginal.\”
O economista-chefe da SLW Asset Management, Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, também não vê grande impacto das medidas sobre a economia. \”Quando os agentes econômicos percebem que a crise é inevitável, a tendência é que poupem o dinheiro extra que eventualmente receberem.\” No entanto, considerado em conjunto com a provável queda de juros a partir de janeiro e uma eventual redução da instabilidade no cenário externo, o pacote pode ajudar o Brasil a ter um crescimento na casa de 3% em 2009, o que seria razoável, avalia Gomes Filho.
Para o presidente da Alek Consultoria Empresarial, Emerson Kapaz, \”o mais importante foi o ministro [da Fazenda, Guido Mantega,] dizer que se forem necessárias outras medidas serão tomadas\”. \”Havia uma certa inércia e com essas medidas o governo rompeu com a inércia.\” Kapaz considera que o pacote terá efeito limitado, mas pode ajudar a elevar a confiança de consumidores e empresários em relação à economia.
Ele também viu como positiva a decisão do governo de conceder empréstimo em dólar das reservas para empresas com dívida no exterior. \”As empresas que não conseguiam recursos lá fora estavam inflacionando o mercado de crédito no Brasil e para obter capital de giro, o que dificultava a outros grupos obter recursos para investimento. Essa medida deve ajudar a aliviar a pressão no mercado financeiro e a baixar a cotação do dólar\”, diz Kapaz.