JUSTIÇA DE SÃO PAULO DETERMINA QUE O MUNICIPIO AUTORIZE A EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS.
9 de fevereiro de 2024Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI
18 de abril de 2024Diante da indagação sobre suas profissões, eles não hesitam e a
resposta vem em uníssono: “empreendedor social”. O termo talvez seja
mesmo o que melhor descreva o trabalho desses quatro jovens, entre 24 e
26 anos, todos profundamente politizados – que, em meio a uma série de
empreendimentos e trabalhos free lancers que assumem, encontraram tempo
para encampar a bandeira da reforma política.
Especificamente, eles defendem a mudança do sistema eleitoral para o
voto distrital – sistema pelo qual o País seria dividido em pequenos
distritos, que passariam a eleger, por meio de voto majoritário,
vereadores, deputados e senadores.
Emygdio Carvalho, Beatriz Pedreira, Vinícius Russo e Pablo Ribeiro
são os principais organizadores (eles rejeitam o rótulo de “líderes” ou
“responsáveis”) do movimento Eu Voto Distrital
(www.euvotodistrital.org.br), cuja intenção é reunir, até o fim de
setembro, 1 milhão de assinaturas em favor da bandeira. A ideia é
pressionar o Congresso a aprovar, a tempo de vigorar para as eleições
municipais do ano que vem, uma emenda constitucional que institua o voto
distrital majoritário. Ainda estão longe do objetivo – até agora,
amealharam menos de 22 mil assinaturas -, mas dizem não temer o desafio
de multiplicar por 50 o número de signatários em menos de dois meses.
“Às vezes, a gente para pra pensar no que tem de fazer e dá um certo
desespero, sem saber para onde ir. Mas a gente é corajosa”, diz Beatriz,
a única do grupo que dedica a maior parte de seu tempo ao Eu Voto
Distrital. Ela é funcionária do Centro de Liderança Pública (CLP),
projeto coordenado pelo cientista político Luiz Felipe d”Ávila, o mentor
dos jovens.
Vem do CLP a maior parte do dinheiro que financia o Eu Voto Distrital
– que, aliás, não é muito: US$ 10 por mês para pagar o servidor em que o
site do projeto se hospeda e os modestos salários da meia dúzia de
colaboradores fixos. “Eu recebo um auxílio financeiro para trabalhar 40
horas mensais. Na prática, quase dobro a carga horária, e o excedente
pode ser visto como minha contribuição voluntária”, conta Pablo.
Soma. D”Ávila é o verdadeiro idealizador do projeto. Os conceitos
políticos expostos no site do movimento refletem as ideias defendidas
por ele: voto distrital majoritário, em dois turnos, sem financiamento
público de campanhas. “Buscava uma forma de mobilizar a sociedade em
torno do voto distrital. No fim do ano passado, depois de uma palestra
minha sobre o assunto, o Emygdio me procurou e disse que queria se
engajar. Ele já tinha experiência de mobilização na internet e foi uma
combinação perfeita”, diz o cientista político. “A gente tem as ideias e
eles sabem executá-las.”