Apesar da crise política, emissões de bônus passam de R$ 1,6 bi e debêntures alcançam R$ 1,1 bi. Apesar do agravamento da crise política, empresas e bancos brasileiros conseguiram captar em julho R$ 1,070 bilhão em debêntures e US$ 1,6 bilhão em bônus no exterior – mais que o triplo da média mensal de janeiro a junho. No ano, as emissões de bônus somam US$ 4,7 bilhões, excluindo as da República – ou R$ 11,2 bilhões, ao câmbio de sexta-feira. Em debêntures, o total em 2005 passa de R$ 25 bilhões – 565% mais do que no mesmo período de 2004.
No entanto, os reflexos da crise já aparecem no mercado secundário, onde os preços dos bônus perpétuos (sem data de vencimento) de empresas brasileiras lançados no exterior, como os da CSN, recuaram cinco pontos no começo da semana passada. De outro lado, a alta do dólar facilitou a colocação de papéis em reais, como os do Banco Fibra. \”A demanda superou a oferta em US$ 15 milhões\”, diz Marcelo Marinelli, diretor do banco.
No caso das debêntures, a oferta continua firme. Na sexta, mais duas empresas pediram autorização à Comissão de Valores Mobiliários (CVM): a Net vai lançar R$ 650 milhões para alongar dívidas; e a Elektro Eletricidade, R$ 750 milhões.
Marcos Lima, vice-presidente de corporate investment banking do Standard Bank, não espera grandes negócios no mercado externo nos próximos dias. Para ele, é difícil definir preços dos bônus com o mercado volátil. Além disso, é época de férias no Hemisfério Norte. \”Mas ainda há espaço para empresas e bancos brasileiros emitirem e alongarem suas dívidas\”, diz. O Banco Votorantim é o próximo da fila: pretende captar US$ 50 milhões.
Página B-1 (Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Léa De Luca)