JUSTIÇA DE SÃO PAULO DETERMINA QUE O MUNICIPIO AUTORIZE A EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS.
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18 de abril de 2024Mesmo com a desaceleração da economia e o crédito mais escasso, as companhias elétricas têm condições de conseguir bons resultados operacionais e já mostram disposição para continuar dividindo os resultados com os acionistas com a mesma generosidade do passado. “Embora falem em preservação de caixa, as companhias sabem que dá para manter a distribuição”, diz o chefe de análise da Planner Corretora, Ricardo Tadeu Martins. No setor, entre as tradicionais pagadoras de dividendos, Tractebel é a exceção que anunciou que pode ter de reduzir a fatia de remuneração destinada aos investidores para fazer frente a investimentos. Ainda assim, vai garantir, no mínimo, 55% do resultado, bem mais do que os 25% previstos na legislação brasileira.
CPFL Energia e Transmissão Paulista estão entre as escolhas da Planner no setor para o segundo trimestre. A companhia de transmissão já antecipou em janeiro o pagamento de dividendos referentes a 2008. Com um “yield” – a relação entre dividendos pagos pela empresa e a cotação do papel – de 11,7%, a resiliência da companhia em momentos mais adversos se traduziu no ano passado numa valorização de 28,65% para as ações ordinárias (ON, com direito a voto) e de 8,53% para as preferenciais (PN, sem voto), enquanto o Ibovespa caiu 41,2% e o Índice de Energia Elétrica (IEE) recuou 11,64%. De janeiro para cá, o papel ON sobe 11,78% e o PN 6,19%, em comparação aos 18,33% do Ibovespa. “No período mais recente, os papéis sofreram um pouco, o noticiário tinha melhorado e o investidor foi buscar mais risco”, diz Martins.
Com previsibilidade de receitas e perfil de endividamento ajustado para o atual momento econômico, as escolhas para o segundo trimestre da analista Rosângela Ribeiro, da SLW Corretora, incluíram CPFL, Eletropaulo e Coelce.
A CPFL conseguiu equacionar as fontes de recursos para investimentos e para a analista não há riscos de alteração no “pay out” (a proporção do lucro efetivamente distribuída), de 95%. Mesmo com a queda da demanda no segmento industrial nos primeiros meses de 2009, a previsão é de que o consumo comece a se normalizar, sem comprometer de forma importante os resultados da companhia. A neutralização do impacto do câmbio sobre a dívida em moeda estrangeira no primeiro trimestre tende a contar a favor, argumenta.
A Eletropaulo pagou o equivalente a 108% dos resultados em 2008, o que resultou num desembolso de R$ 4,24 por ação PN e um retorno de 22% em dividendos para os acionistas, algo excepcional, afirma Rosângela – especialmente considerando-se a Selic atual, em 11,25% ao ano. Apesar de tal distribuição ter origem no fortalecimento do caixa por eventos não recorrentes, um acordo com a prefeitura de São Paulo para recebimento de créditos relativos a fornecimento de energia entre 1996 e 2001 vai incrementar o caixa em mais de R$ 340 milhões entre julho deste ano e julho de 2012. Além disso, o acordo prevê a realização de obras no município que vão render outros R$ 172 milhões. Só neste ano, o efeito líquido do acordo no resultado da companhia será de R$ 77 milhões. Com esse reforço, parte disso pode se reverter em proventos para os acionistas.
A Coelce é outra empresa que distribui 100% dos resultados. “Não está no estatuto, mas há seis anos a companhia distribui todo o lucro e deve continuar com essa política”, diz Rosângela. Ela conta que a companhia cearense conseguiu expandir vendas e aumentar os resultados, com reajuste de tarifas e administração dos custos. Terá condições de fazer investimentos usando recursos de caixa mais financiamentos de longo prazo. Foi elegível, por exemplo, aos recursos do programa Luz para Todos, que tem como meta levar o fornecimento de energia para a população rural.
No ano passado, a Coelce fez distribuições em julho, outubro e dezembro. Perto desses períodos, os papéis, que não são dos melhores em liquidez na bolsa, acabam atraindo investidores que querem aproveitar o calendário. As demais do setor costumam fazer o pagamento duas vezes por ano, também chamando acionistas mais oportunistas nos períodos de março e abril, e, depois em junho e julho, diz a analista da SLW. Nesses intervalos, quem têm esse ativo em mãos ainda pode se valer de ganhos de capital adicionais, dado o aumento da procura pelas ações.
Para se aproveitar desses momentos, o economista Clodoir Vieira, da Souza Barros, recomenda que os investidores mantenham as ações de dividendos em carteira por pelo menos seis meses. Depois que os papéis se transformam em ex-dividendos, talvez valha uma troca. Entre as pagadoras de dividendos tradicionais AES Tietê, Telemar, Telesp e Tractebel, ele adicionou Bradesco PN, que costuma fazer distribuição trimestral, proporcionando um fluxo contínuo ao investidor. “Como o acionista conta com dividendos praticamente constante, o papel acaba tendo potencial extra de valorização para quem gosta desse tipo de fluxo”, diz. O “yield” dos bancos brasileiros costuma ser, porém, baixo. Ele calcula o retorno de Bradesco em 4,1%. Conta a favor o fato de as instituições financeiras no Brasil estarem bem capitalizadas, não tendo exposição aos ativos tóxicos que balançaram as estruturas dos bancos americanos.