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9 de fevereiro de 2024Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI
18 de abril de 2024Com o agravamento da crise externa, o ciclo de alta de juros no
Brasil deve chegar ao fim na próxima reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom). A avaliação de que a crise vai provocar um impacto
“deflacionário” no mercado interno deixou de ser polêmica. Hoje é
consenso entre investidores, economistas e já é compartilhada por
autoridades do governo.
Ainda é considerado “precipitado”, no entanto, prever queda da taxa
de juros em breve, mas esse cenário não está descartado. Se a crise
externa se agravar – com uma eventual quebradeira dos bancos europeus
provocando o congelamento do crédito -, o Banco Central (BC) pode ser
obrigado a afrouxar a política monetária rapidamente.
No boletim Focus divulgado ontem pelo BC, a média dos analistas
passou a apostar que a taxa básica de juros, a Selic, será mantida em
12,5% até o fim do ano, com uma retomada do aperto monetário no início
de 2012. A expectativa de bancos e consultorias para o Índice de Preços
ao Consumidor (IPCA) em 2011 recuou de 6,31% para 6,28%. Para 2012, caiu
de 5,3% para 5,27%.
O mercado futuro de juros domésticos registrou forte queda das taxas.
Na BM&F Bovespa, o contrato de juros DI com vencimento em janeiro
de 2012 fechou a 12,26% ontem, abaixo dos 12,34% da sexta-feira e dos
12,46% do fim de julho. O DI com vencimento em janeiro de 2013 caiu para
11,97%, comparado com 12,24% da sexta-feira e 12,7% da semana anterior.
Nos últimos dias, autoridades do governo se manifestaram a favor do
fim do aperto monetário. O presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que
não é “sensato” subir os juros diante do cenário internacional adverso.
Em entrevista ao Estado, o ministro do Desenvolvimento, Fernando
Pimentel, chegou a pedir queda de juros no segundo semestre.
Para os analistas, o agravamento da crise global só reforçou uma
percepção da equipe econômica da presidente Dilma de que o pior da
ameaça inflacionária ficou para atrás e de que não há justificativa para
manter juros altos, que atraem capital especulativo e prejudicam a
indústria. Na ata da última reunião, o Copom deixou de mencionar que o
ajuste seria “prolongado”.
Impacto deflacionário. De acordo com Braúlio Borges, economista-chefe
da LCA Consultores, a turbulência internacional reduz a perspectiva de
crescimento dos Estados Unidos e da União Europeia, o que derruba os
preços das commodities e alivia a inflação no Brasil. “O cenário externo
passou de ambíguo para deflacionário”, disse.
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, explica
que a conjuntura internacional pode reduzir a inflação brasileira por
três vias: queda dos preços das commodities, queda dos preços dos
produtos importados pelo País e mudança nas expectativas dos diferentes
agentes do mercado. “Estão reunidos todos os elementos para o Copom não
elevar a Selic na próxima reunião.”
Os analistas, no entanto, afirmam que ainda é “cedo” e “precipitado”
esperar queda da taxa de juros, porque os fatores internos que
pressionam a inflação permanecem intactos. Não há perspectiva de forte
impacto para o mercado de trabalho local, o que mantém os preços dos
serviços em alta. Para a economista-chefe da Rosemberg Consultores,
Thaís Zara, uma queda da taxa de juros só deve ocorrer se for confirmado
um “duplo mergulho” da economia americana.