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18 de abril de 2024Dilma Roussef nega ter influenciado na compra da companhia aérea. As acusações foram feitas por uma ex-diretora da Anac e por um dos participantes da compra da Varig, o empresário Marco Antonio Audi.
O governo nega as acusações, publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo, de que teria exercido pressões, através de um advogado compadre do presidente Lula, para favorecer um grupo econômico estrangeiro na compra de parte da Varig.
As acusações foram feitas por uma ex-diretora da Anac e por um dos participantes da compra da companhia, o empresário Marco Antonio Audi, que falou ao Jornal da Globo e reiterou o uso de tráfico de influência no Planalto para fechar o negócio.
Em agosto do ano passado, Denise Abreu renunciou à diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil, Anac, em meio à críticas ao seu trabalho durante a crise aérea.
Nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ela disse que foi pressionada pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, a ministra teria tentado interferir na venda da Varig.
A venda foi fechada em julho de 2006, depois de meses de negociações. Os compradores foram o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros: Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo. Um negócio de US$ 24 milhões. Nove meses depois, o grupo repassou a Varig para a Gol por US$ 320 milhões.
Dilma Roussef teria apoiado o negócio ao pedir que Denise Abreu não fizesse exigências para comprovar a origem do capital dos sócios brasileiros. Isso é importante porque a legislação brasileira proíbe que estrangeiros tenham mais de 20% de uma companhia aérea nacional. Denise Abreu repetiu as acusações em entrevista ao repórter José Roberto Burnier.
\”Ela disse que isso não era competência de uma agência reguladora verificar no Banco Central a entrada do capital ou não. Que os impostos de rendas, que eu havia solicitado, não demonstrariam efetivamente a capacidade financeira desses sócios, porque no Brasil era comum que empresários sonegassem imposto de renda\”, conta Denise Abreu, ex-diretora da Anac.
Denise também reclamou de pressão psicológica por parte de Valeska Teixeira, filha do advogado Roberto Teixeira, amigo e compadre do presidente Lula, que representava o fundo de investimentos que comprou a Varig. Valeska teria citado contatos no governo para intimidá-la.
\”De alguma maneira encaixava na fala dela que ela iria ao gabinete do presidente da República, que o pai estava lá esperando por eles, ligava para o pai dizendo como estava o encaminhamento da reunião. São pressões e ordem psicológica para usar o poder político\”, diz. m entrevista ao Jornal da Globo por telefone, Marco Antônio Audi, um dos basileiros que compraram a Varig, confirmou as informações dadas ao ornal O Estado de São Paulo de que a interferência de Roberto Teixeira foi 100% decisiva para a conclusão do negócio. E disse mais:
Marco Antonio Audi: Olha, eu conheço duas pessoas que fazem chover: Deus e Roberto Teixeira. Então é para ter receio mesmo.
JG: Ele é uma pessoa que abre portas?
Marco Antonio Audi: Escancara a porta.
JG: Ele é uma pessoa que tem muito poder, o senhor diria isso hoje?
Marco Antonio Audi: Muito poder. Ele tem poder até demais.
Marco Antônio Audi disse também que tem documentos que comprovariam que o advogado Roberto Teixeria recebeu cerca de US$ 5 milhões pelos serviços prestados aos compradores da Varig. Valor que Roberto Teixeira nega ter recebido. Teixeira não quis comentar a relação de amizade com o presidente Lula e assegura que fez um trabalho jurídico. E que não usou a influência política.
\”A nossa atuação não foi de bastidores foi judicial, foi publicizada. Estou fazendo um desafio aos senhores, venham ver o trabalho que tivemos esse tempo todo\”, afirma Roberto Teixeira.
Em entrevista coletiva sobre o andamento das obras do PAC, a ministra Dilma Roussef negou ter feito pressão. \”São informações falsas. Até estranho as declarações por conta da relação qualificada e de consideração que havia entre a Casa Civil e a doutora Denise, até porque no passado ela tinha sido funcionária da Casa Civil.
Não na minha gestão, mas nós tínhamos uma consideração razoável pela doutora Denise\”, fala Dilma Roussef. No Congresso, parlamentares de oposição vão pedir explicações da ministra Dilma Roussef.
\”Ela precisa agora falar pra Nação para manter intacta e pura e imaculada sua reputação\”, opina o senador Arthur Virgílio – AM, líder do PSDB.
\”As explicações foram dadas, o Governo não interferiu no processo e, portanto o fato já está esclarecido\”, alega o senador Romero Jucá – RR, líder do governo.
O fundo Matlin Patterson, que participou da compra da Varig, negou as acusações e declarou que em momento nenhum houve qualquer tipo de favorecimento ilegítimo. Em nota, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes afirma que adquiriu a Varig em conformidade com as leis vigentes. E que não possui ligação com os antigos proprietários da companhia.