O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira, 28, manifestação no Inquérito 3989 pelo desmembramento dos núcleos políticos que compõem a estrutura do grupo criminoso organizado, \”de acordo com a afinidade de atuação dos partidos\” investigado pela Operação Lava Jato. A divisão em quatro grandes grupos foi proposta para \”otimização do esforço investigativo, uma vez que se trata de uma só organização criminosa, ampla e complexa\”.
O procurador-geral pede que o Inquérito 3989 fique restrito aos membros do grupo criminoso organizado inseridos no Partido Progressista (PP) e aos que, com esses, \”atuaram em concurso de pessoas\”.
Janot também requereu a instauração de inquéritos específicos para investigar os fatos relacionados a membros do PT, do PMDB \”com articulação no Senado Federal\” e do PMDB \”com articulação na Câmara dos Deputados\”.
No documento enviado ao STF, Janot afirma ainda que se trata de uma mesma organização criminosa em que alguns membros do PP, PMDB e PT, \”utilizando-se indevidamente do partido, dividiram entre si as diretorias da Petrobras\”.
\”A indicação de determinadas pessoas para importantes postos chaves do ente público, por membros dos partidos, era essencial para implementação e manutenção do projeto criminoso\”, afirma Janot. O procurador sustenta que \”a teia criminosa se divide em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes\”.
\”É necessária a cisão do presente inquérito, com aberturas de expedientes específicos, devendo ser levadas em consideração essas duas características da organização criminosa: sua verticalização e sua horizontalização\”, diz.