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18 de abril de 2024Donos de uma montanha de dinheiro no valor de R$ 702,3 bilhões, os fundos de pensão terão papel estratégico no próximo governo. Não apenas porque serão os principais financiadores dos projetos de infraestrutura do país e acomodarão aliados políticos que darão suporte ao futuro administrador do Brasil, mas também porque têm um enorme poder de influência em empresas estratégicas para a economia do país. Os cargos de direção das fundações são tão relevantes que, em alguns casos, dão mais projeção do que o posto de ministro. As oito maiores entidades fechadas de previdência complementar de estatais têm quase metade desse patrimônio – R$ 346 bilhões. Nelas, existem 70 vagas de diretores e conselheiros, que são indicados pelas patrocinadoras com o aval do Palácio do Planalto. Todos poderão ser substituídos nos próximos dois anos.
Além de interferir diretamente na gestão dos fundos, o governo dá palpites na escolha dos representantes das fundações nas companhias nas quais elas têm participações acionárias. Apenas as três maiores entidades de previdência complementar de estatais – Previ, dos funcionários do Banco do Brasil (BB); Funcef, da Caixa Econômica Federal; e Petros, da Petrobras – detêm ao menos 321 assentos em conselhos fiscais e de administração de empresas privadas de vulto, como Vale, Embraer, Ambev, Brasil Foods e Oi.
À frente do maior fundo de pensão da América Latina, com R$ 173 bilhões em ativos, o presidente da Previ, Dan Conrado, acumula também o comando do conselho de administração da Vale, uma das maiores mineradoras do mundo. Conrado, dois diretores e cinco conselheiros, todos indicados pelo Banco do Brasil, ainda têm influência na gestão de pelo menos 65 empresas das quais a Previ é acionista. Ao lado de três diretores e cincos conselheiros eleitos pelos participantes do fundo, eles têm direito de indicar os ocupantes de 222 assentos nos conselhos fiscais e de administração dessas companhias.
A Previ afirma que 93% dos conselheiros selecionados para essas empresas são ou foram funcionários de carreira do Banco do Brasil. Além do salário de mais de R$ 50 mil, Conrado, por exemplo, pode receber até R$ 13.151,76 como conselheiro – limite estabelecido pelos estatutos da fundação para um dirigente ou funcionário que a representa em alguma das empresas de que é acionista.
Na Petros, segundo maior fundo do país com R$ 79 bilhões em ativos, o nível de interferência governamental é ainda maior. Embora eleitos pelo conselho deliberativo, que tem metade de seus integrantes escolhida pelos empregados, todos os diretores precisam ser indicados pelo governo. A fundação indica representantes para os conselhos fiscais e de administração, interferindo diretamente na gestão de pelo menos 18 empresas das quais é acionista – uma lista que abrange setores tão diversos como alimentos, infraestutura, logística e telecomunicações.
LOTEAMENTO POLÍTICO
Na Funcef, terceiro maior do país, com R$ 56 bilhões de patrimônio, metade da diretoria e dos conselheiros é eleita pelos participantes. O restante é indicado pela Caixa, sempre com anuência do Palácio do Planalto. Os salários dos diretores da fundação têm como parâmetro a remuneração do vice-presidente do banco público e não podem ultrapassar o teto constitucional de R$ 29,4 mil. O fundo de pensão mantém investimentos em 176 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Além de ter diretamente assentos nos conselhos de administração de três delas, a fundação faz indicações para outros 48 cargos de conselheiros por ser cotista de fundos de investimento em participação que são acionistas das companhias.
No Real Grandeza e no Fapes, fundos de pensão de Furnas e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), respectivamente, todos os dirigentes são indicados pelas patrocinadoras, com aval do governo. Os participantes só têm direito a eleger metade dos membros dos conselhos. O Real Grandeza tem investimentos em 26 companhias e, em três delas, tem assento em conselhos. O Fapes informou que não tem participação relevante em empresas que garanta presença nos colegiados. Ceres, da Embrapa, e Economus, dos funcionários da antiga Nossa Caixa, comprada pelo BB, não se pronunciaram até o fechamento desta edição.
Poderosos
Ativos das grandes instituições de previdência do país
R$ 173 bi
Previ
R$ 79 bi
Petros
R$ 56 bi
Funcef