A arrecadação federal cresceu em ritmo menor, mas voltou a bater
recorde em setembro. Segundo dados divulgados hoje (19) pela Receita
Federal, a arrecadação somou R$ 75,102 bilhões no mês passado,
crescimento de 7,52% em relação ao mesmo mês de 2010, descontada a
inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O
valor é o maior registrado para o mês.
No acumulado de 2011, a União arrecadou R$ 717,568 bilhões, alta de
12,63% na comparação com os nove primeiros meses do ano passado também
descontado o IPCA. Nos oito primeiros meses de 2011, o crescimento real
acumulado ficou em 13,26%.
De acordo com a Receita Federal, o aumento da produção, da massa
salarial e da lucratividade foram os principais fatores que contribuíram
para a alta na arrecadação em 2011. A venda de bens e serviços, que
impulsiona a receita dos tributos ligados ao faturamento, aumentou
12,24%, de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2010.
E a massa salarial, que influencia a arrecadação do Imposto de Renda e
das contribuições para a Previdência Social, subiu 15,84% nos nove
primeiros meses do ano. Mesmo com a economia se expandindo em ritmo
menor, esses indicadores continuam crescendo.
Outros fatores, no entanto, estão influenciando o caixa do governo
federal e compensando eventuais desacelerações do crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB). A arrecadação do parcelamento especial de dívidas
com a União, chamado de Refis da Crise, somou R$ 2 bilhões apenas em
setembro, contra R$ 1,850 bilhão em agosto. No acumulado de 2011, o
parcelamento extraordinário somou R$ 16,2 bilhões.
As altas do dólar e das importações também influenciaram a arrecadação
em 2011. De acordo com a Receita, houve elevação de 28,12% do valor em
dólar das compras do exterior neste ano. Isso se refletiu em alta real,
considerando o IPCA, de 17,55% do Imposto de Importação, nos nove
primeiros meses de 2011, e de 11,36% do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), vinculado às importações.
O reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações
de crédito da pessoa física e nas operações de câmbio também interferiu
na arrecadação em 2011. A arrecadação do imposto cresceu 16,13% no
acumulado do ano, também descontado o IPCA.