A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em alta, em meio à notícia de que o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto. O anúncio feito pelo presidente americano, Barack Obama, ajuda a restaurar a confiança nos Estados Unidos, no dólar e em seus ativos de risco, ao mesmo tempo em que derruba o preço das commodities (matérias-primas). No Brasil, o cenário macroeconômico ainda pesa para um possível descolamento ante os mercados internacionais. Depois de subir 0,56%, às 10h45 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) tinha queda de 0,40%, aos 65.871 pontos.
A notícia da morte de Bin Laden impulsionou hoje as bolsas asiáticas. A informação também deu sinal positivo a outros mercados importantes, embora em uma sessão novamente esvaziada, por causa de feriados no Reino Unido e na China. No fim de semana, o emergente asiático contrariou os temores e não promoveu quaisquer alterações em sua política monetário. No entanto, a atividade manufatureira na China apresentou queda em abril, para 52,9 pontos. O dado abrandou as preocupações de superaquecimento e de pressões inflacionárias no gigante emergente.
A perda de tração no ritmo chinês, somada ao sentimento de que uma vitória dos EUA na guerra contra o terror pode esfriar a tensão no Oriente Médio e no norte da África, estimula lucros no petróleo e derruba as demais matérias-primas.
No Brasil, a combinação de commodities em baixa com um cenário doméstico ainda avesso à renda variável pode ser letal para qualquer tentativa de recuperação da Bolsa. Em relatório, o analista da Um Investimentos Eduardo Oliveira afirma que problemas como falta de fluxo estrangeiro e expectativas sobre a inflação brasileira ainda devem pesar sobre os negócios locais, apesar de uma semana passada bastante negativa para as ações.
A Pesquisa Focus, divulgada nesta manhã pelo Banco Central, mostrou que o mercado financeiro mais uma vez elevou a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011, com a projeção passando de 6,34% para 6,37%; a previsão dos analistas para a Selic (taxa básica de juros) ao final deste ano também subiu: de 12,25% para 12,50%. Atualmente, a taxa básica de juros está em 12% ao ano.