Teoricamente, o “leilão” de cargos na Prefeitura Municipal de Cuiabá deveria começar após o período de campanha, evitando “injustas” acusações eleitoreiras, mas na prática o prefeito reeleito, Wilson Santos (PSDB), começou a receber as “ofertas” já durante o período eleitoral. Carregando uma fama de não cumprir acordos políticos, o galinho praticamente loteou o Palácio Alencastro, trocando cargos por apoio político. Amanhã (20), quando o mundo deve parar para acompanhar a grande festa de posse de Barack Hussein Obama, em Washigton, ao menos treze partidos estarão com as atenções voltadas para outro fato: o anuncio do novo secretariado de Wilson.
Em função de suas promessas durante as eleições de 2008, o prefeito de Cuiabá se viu diante de uma situação inusitada e delicada. Hoje, Wilson administra Cuiabá contanto com 14 secretarias que devem ser divididas entre as siglas que o ajudaram a se reeleger. A tarefa do tucano não é fácil, faltam vagas para a acomodação política e sobram candidatos. Além dos partidos aliados, Santos ainda precisa agradar amigos e pessoas que sempre estiveram presentes em sua carreira política. Com o impasse, o prefeito vê como uma “luz no fim do túnel” a criação de mais de três pastas: secretaria extraordinária de Regularização Fundiária, de Igualdade Racial e a secretaria de Desenvolvimento Urbano, que seria desmembrada da de Meio Ambiente. O prefeito criou esse “Abacaxi”, porque prometeu cargos durante o processo eleitoral, e quem vai pagar para ele ser descascado é o eleitor, o cidadão. A criação de mais três secretarias envolve dois básicos problemas. Primeiro: mexe no bolso, gera mais ônus ao contribuinte. Segundo: as novas pastas ficarão sem estrutura, pois o orçamento para 2009 foi aprovado antes do manejo político praticado pelo prefeito. Em meias palavras, as novas secretarias existiram apenas no papel, sem condições, financeiras, de trabalhar em prol de Cuiabá.
É neste ponto que as divergências aparecem com mais ênfase. Todas as 13 siglas se julgam importantes e não ficarão satisfeitas em ficar com pastas desprestigiadas. Na cotação do dia, coloca-se com certa a permanência de Ronaldo Taveira (PSDB), no Cuiabá-Prev, Josué de Souza (PDT), que ocupa a secretaria de Infra-estrutura, e Eliana Rondon, a frente da Sanecap. Mas o mercado de especulações, que permaneceu aberto durante muito tempo, está sendo fechado ainda hoje. O suplente de vereador pelo PP, Marcus Fabrício deve ficar com a Agência de Habitação, hoje ocupada por João Vieira, que vai assumir a Coordenadoria das Obras do PAC em Cuiabá. Ainda na cotação, os secretários, todos do PSDB, Luiz Soares (Saúde), Mário Olímpio (Cultura) Carlos Nascimento (Educação), Guilherme Mulher (Planejamento), devem continuar no “staff”, mas com a hipótese de remanejamento para outras áreas. É dada como certa a saída do atual secretário de Finanças, Zé do Nordeste, para a entrada de Mulher. Assim, o vice prefeito, Chico Galindo, assume a pasta de Planejamento. O primo de Santos, Osvaldo Sobrinho, pode assumir a secretaria de Governo, hoje sob Andelson Gil do Amaral. Na comunicação, o jornalista Maurélio Menezes deve continuar na pasta, da mesma forma que José Antônio Rosa, Procurador Geral do Município. Para a secretaria de Esportes, Lazer e Cidadania, ventila-se o nome do ex-vereador Aurélio Augusto.