À direita, em um papo animado, está o brasileiro Henrique Meirelles. Pela esquerda chega o chinês Zhou Xiaochuan, pedindo atenção logo concedida.
No centro, com seus mais de dois metros de altura acomodados em poltrona no lobby do hotel de luxo à beira-lago em Zurique, está Paul Volcker, entidade da economia dos Estados Unidos.
Se há dúvida sobre a representatividade da cena, o americano que ajuda a capitanear a política econômica de Barack Obama e que foi presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) logo a dissipa:
“Agora a crise está no mundo desenvolvido, enquanto os emergentes estão indo muito bem”.
Aponta Meirelles e afirma que é “o melhor presidente de banco central do mundo”. Olha para Zhou e diz que “esse menino sabe tudo”. “Aprendeu comigo.”
Interpelado pelas repórteres da Folha e de outro jornal brasileiro, volta seu foco ao país, emendando elogios com a fala pausada e por ora indiscernível na voz já arrouqueada -Volcker tem 82 anos.
“O Brasil está superando todo o Ocidente, a Europa e agora quer superar a Ásia. Aí já não sei”, brincou. “É verdade, o Brasil é o lugar onde todo mundo quer estar.”
Para Meirelles, o humor de Volcker reflete o seminário do Fundo Monetário Internacional. “O que foi dito é que o desempenho do Brasil impressiona, e investidores do mundo todo têm cada vez mais o país como um destino prioritário.”