Plantão | Publicada em 21/08/2008 às 19h42mO Globo – Ana Paula de CarvalhoCURITIBA – O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), terá que demitir pelo menos seis parentes que ocupam cargos públicos, proibidos pela súmula aprovada nesta quinta-feira pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A exoneração dos parentes vai ocorrer a partir da publicação da súmula, que deve acontecer em até dez dias. Além da esposa de Requião, Maristela, que ocupa o cargo de diretora do Museu Oscar Niemeyer, devem ser demitidos a irmã Lúcia Arruda, presidente da Provopar Ação Social, o sobrinho João Arruda Filho, diretor da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), o sobrinho Paikan Arruda de Mello e Silva, funcionário da TV Educativa, a sobrinha Daniele de Mello e Silva, da Secretaria de Saúde, e o primo Heitor Wallace de Mello e Silva, diretor da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Já o irmão Eduardo Requião, nomeado pelo governador à frente do Porto de Paranaguá, mesmo ocupando cargo com status de secretário, deve também ser exonerado da função. Outro irmão do governador, o ex-secretário de Educação Maurício Requião, que ocupa cargo sub judice no Tribunal de Contas do Paraná depois de empenho pessoal de Roberto Requião, pode ver sob ameaça sua nomeação por conta da súmula. Na reunião de secretariado, na última terça-feira, Roberto Requião adiantou-se à decisão do STF e disse que não poderia ser considerado adepto de nepotismo. Do seu ponto de vista, a prática pressupõe indicação de parentes desqualificados. – Esse pessoal critica a todo momento. Dizem: o Requião nomeou o irmão dele secretário de Educação. É uma visão extraordinariamente medíocre das coisas. Nepotismo é colocar uma pessoa inadequada no cargo público, parente ou não. A resposta da nomeação do Maurício na Secretaria de Educação é: melhor ensino público do país – defendeu o governador. Além dos parentes nomeados por Requião, na Assembléia Legislativa do Paraná cinco deputados mantêm parentes empregados na Casa. Um deles é o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que deve cumprir a decisão do STF.