Os países emergentes vão se recuperar mais rapidamente dos efeitos da crise financeira mundial, mas essa recuperação pode em partes depender das relações entre eles, especialmente, entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). A avaliação foi feita pelo indiano Rakesh Vaidyanathan da The Jai Group – consultoria de negócios para o grupo de quatro países -, na Conferência Brasil Índia – Mercados e Oportunidades, realizada ontem em São Paulo (SP).
Segundo Rakesh Vaidyanathan, o governo vem liderando o corredor de negociação entre os BRICs. “A iniciativa privada deveria começar a olhar para as oportunidades de países que tem potencial de crescimento”, disse. De acordo com B.S. Prakash, embaixador da Índia no Brasil, a estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) indiano cresça cerca de 7% em 2009, e atinja cerca de US$ 1 trilhão. No Brasil, na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu pela primeira vez que o PIB brasileiro pode crescer entre zero e 2%. “Os BRICs chegaram para ficar. Não é uma coisa que os economistas inventaram e vai acabar. Eles estão mudando, o que gera crescimento”, afirmou Prakash.
Na avaliação de Rakesh Vaidyanathan, o Brasil deveria considerar a possibilidade de exportar marcas ao invés de ficar preso à venda de commodities. “As mulheres indianas, por exemplo, estão começando a usar batom agora. Então por que levar marcas de cosméticos brasileiros para a França e não à Índia?”, questiona. Kamath K. V., diretor do Bank Industrial Credit an Investment, conta que desde 2002 a renda dos indianos melhorou muito por conta da expansão dos serviços e de investimentos. “As pessoas passaram a ter poder de compra e o consumo fez o país crescer. Entre 25% e 30% das famílias estão migrando de classe. Ou seja, a hora para participar do crescimento da Índia é agora. Não é tarde para chegar lá”, provoca.
A Conferência Brasil-Índia foi promovida em parceria com a Cia Brasileira de Multimídia, que administra os jornais Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil e InvestNews.