Líder do PSDB diz que partido desistiu de votar o texto de Sandro Mabel. Para o líder do PT, diante da crise econômica, a proposta está desatualizada.
O líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP), disse que o partido desistiu de aperfeiçoar o substitutivo do deputado Sandro Mabel (PR-GO) para a proposta de reforma tributária (PECs 233/08, 31/07 e outras). \”O substitutivo se perdeu na medida em que o relator foi fazendo acolhimentos de reivindicações setoriais aqui e ali e se afastando de conceitos que devem pautar uma reforma tributária\”, disse Aníbal. \”Não vamos prosseguir com essa insensatez. Quem vai perder é o contribuinte\”, adiantou.
Segundo o líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), o partido vai buscar entendimentos com a oposição para ajustar o texto de Mabel. \”Se houver problemas, podemos negociar e chegar a um acordo\”, propôs.
O líder governista admite que a mais nova versão da reforma tributária está desatualizada porque foi produzida antes de a crise financeira internacional chegar com força ao Brasil. Vaccarezza revelou que o próprio PT teve algumas demandas que não foram acatadas pelo relator.
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Para o Partido dos Trabalhadores, sintetizou Vaccarezza, a reforma tributária deve caminhar fundamentalmente no sentido de promover justiça fiscal, desonerar a indústria e os demais setores produtivos e aumentar a carga tributária incidente sobre o capital especulativo.
Na opinião do vice-líder da Minoria deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o substitutivo de Sandro Mabel, aprovado em comissão especial no fim do ano passado, não resolve um problema crucial, que é aliviar a carga tributária. \”É mais do mesmo. \”O sistema tributário é caótico e vai continuar assim [se esse texto for aprovado]\”, avalia.
José Aníbal acredita que um erro básico dos formuladores da reforma tributária foi desenhar um texto para punir o estado de São Paulo. \”Isso é um delírio\”, afirmou.
O tucano afirmou que não têm razão os que argumentam que o PSDB está obstruindo a reforma tributária para salvaguardar os interesses do governo de São Paulo. \”É uma bobagem. Tivemos manifestações explícitas e contundentes contra essa reforma tributária de governadores de outras unidades da Federação, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro\”, afirmou.