Os investidores que foram vítimas das fraudes de Bernard Madoff e R. Allen Stanford poderão ser compensados por suas perdas através de deduções em suas declarações de imposto de renda, afirmou Douglas Shulman da Receita Federal norte-americana (IRS, na sigla em inglês).
Shulman disse à comissão de finanças do Senado que a agência ainda irá explicar como estas perdas podem ser reclamadas e como estão sendo desenvolvidos procedimentos para que os investidores possam retificar suas declarações fiscais. As perdas poderão ser classificadas como roubo, ao invés de perdas de capital, o que permitiria à maioria das vítimas uma dedução maior.
Os investidores que entraram com ações legais contra Madoff e podem receber alguma compensação estão limitados a uma dedução por perda de roubo de 75%. Aqueles que não apresentaram nenhuma demanda judicial podem deduzir 95% de suas perdas imediatamente e pedir o restante posteriormente caso não consigam recuperar nenhuma fração de seus fundos.
As vítimas de Madoff poderão conseguir menos de US$ 10 milhões com a venda da divisão de gestão de fundos que a empresa de Madoff utilizou para o esquema de pirâmide financeira, que segundo os fiscais subiu para um total de US$ 65 bilhões, de acordo com cálculos de analistas.
No dia 31 de dezembro, a família de Madoff avaliou seu patrimônio em US$ 826 milhões, incluindo US$ 700 milhões pela propriedade da Bernard L. Madoff Investment Securities, segundo um informe apresentado nos tribunais no dia 13 de março. O negócio de intermediação da companhia foi avaliado desde então em, no máximo, US$ 10 milhões, segundo Larry Tabb, fundador do TABB Group, empresa de pesquisa e assessoria em mercados financeiros. A divisão de gestão de fundos da empresa poderá tornar-se invendável, defenderam analistas. “A cifra de US$ 700 milhões é provavelmente produto da imaginação de Madoff”, afirmou Stephen Harbeck, presidente da Securities Investors Protection, que está supervisionando a liquidação do negócio de intermediação de Madoff em Nova York. “Este valor foi atribuído quando a fraude ainda estava em andamento.”
O governo dos Estados Unidos informou no dia 15 de março que confiscará os ativos pessoais de Bernard Madoff, avaliados em mais de US$ 100 milhões. Algumas de suas propriedades incluem casas em Manhattan, Montauk, Nova York, Palm Beach, Flórida e França.