O reajuste de 14,75% no salário-mínimo regional, anunciado ontem pelo
governador Tarso Genro, está dividindo opiniões entre os as entidades
patronais e laborais do Rio Grande do Sul. Enquanto o governo alega ter
buscado um meio-termo entre as reivindicações tanto do empresariado
quanto dos trabalhadores, o setor empresarial reclama do possível
aumento nos custos e perda de competitividade. Do outro lado,
trabalhadores apontam que o repasse está aquém da valorização necessária
do piso.
Responsável pela condução das negociações, o
secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes) –
Conselhão, Marcelo Danéris, afirma que os 14,75% constituem um patamar
de equilíbrio. Isso porque representa um ganho real (acima da inflação)
aos trabalhadores, ao mesmo tempo em que respeita a reivindicação dos
empresários para que o mínimo não valesse em janeiro, mas a partir de 1
de março, questão acatada pelo Piratini. Em janeiro e fevereiro, o
mínimo regional equivalerá à faixa 2 do piso atual, que é de R$ 624,00, a
fim de não ficar desvalorizado em relação ao mínimo nacional de R$
622,76 que passa a vigorar em 1 de janeiro.
Mesmo com o
argumento, as entidades patronais seguem combatendo não só o percentual
de reajuste, mas a própria existência de um piso regional. O presidente
da Fiergs, Heitor José Müller, lembra que o Estado já verifica perda da
competitividade, principalmente para produtos importados da Ásia. Ele
reforça que a entidade é contra o mínimo estadual desde sua instauração,
que implica aumento de custos e consequente elevação da inflação.